Revelando, imortalizando histórias e talentos
6.9.06

Memorial do Imigrante - São Paulo

 

Com os rumores da abolição e os movimentos libertários, os fazendeiros preocupavam-se com a falta de mão-de-obra para lavoura do café. Bem relacionados politicamente, já vislumbravam nos imigrantes europeus, a continuidade do serviço-escravo, visto que a imigração começou a ocorrer no ano de 1870, anterior a assinatura da Lei Áurea em 1888.

Com a promulgação da Lei Áurea e a lacuna deixada pelos escravos precisaria ser suprida. Portanto, com passagens subsidiadas pelo Governo paulista os fazendeiros começaram buscar mão-de-obra agrícola na Europa. Segundo o jornal Corrêio Paulistano, com dinheiro que se comprava escravos negros, possou-se a comprar aproximadamente 1.666 trabalhadores livres. Vieram trabalhadores da Alemanha, Síria, Bélgica , Holanda e da Itália. Por algum motivo -talvez maus tratos, os europeus deixaram de imigrar num curto período, possibilitando a entrada imigratória de outros povos como os asiáticos, 1908, sendo os japoneses os primeiros imigrantes daquele continente que teriam a mesma sina, a lavoura.
A Hospedaria
O crescente número de imigrantes obrigou o Governo criar, no ano de 1882, uma hospedaria para abrigá-los no bairro do Bom Retiro [ bairro doce] que, devido seu tamanho e condições precárias e com graves epidêmias tornara-se inadeqüado seu funcionamento. Inaugurada no ano de 1887 - a Hospedaria de Imigrantes, no bairro do Brás, administrada pela Sociedade Promotora da Imigração, em seus primeiros dez anos. Em 1905, foi instituído o Departamento de Terras, Colonização e Imigração [ DTCI ] que passa a administrar a Hospedaria. 1924, algumas dependências servem de presídio político. A primeira grande reforma vêio somente em 1936, e em 1939, o DTCI é convertido em serviço de Imigração e Colonização. O tombamento pelo Condephaat ocorreu em 1982. Em 1986 é criado o Centro Histórico do Imigrante vinculado à Secretaria de Promoção Social, em 1993 a assinatura do decreto de criação do Museu da Imigração subordinado à Secretaria de Estado da Cultura. 1998, é criado o Memorial do Imigrante. Em ponto estratégico, a chegada dos imigrantes ao estado era pelo porto de Santos, assim, ao desembarcarem do návio, subiam a serra nos trens da São Paulo Railway, descendo na porta da hospedaria que, contava com amplos dormitórios e não haviam os problemas da do Bom Retiro. Eram fornecidas três refeições diárias, assistência médica e, ali, assinavam seus primeiros contratos de trabalho. Após contrato assinado, uma outra viagem de trem era feita para diversas localidades do Estado. E no ano de 1978 a Hospedaria recebeu o último grupo de imigrantes.
Adversidade:
O início imigratório era feito de sacrifícios e vontade de progredir, existente nos europeus que deixavam "suas terras" em busca de novos sonhos na América. Se não bastasse os quase 60 dias de viagem, feita por meio de návios à vela, somente com a invenção do návio à vapor é que a viagem baixou dos 60 para 20 dias de duração. Os imigrantes vinham alojados nos porões, expostos à todo tipo de doenças contagiosas. Para amenizar as condições precárias da viagem festas, jogos e brincadeiras eram improvisados. Eles tinham ainda um adversário: As variações climáticas do novo país. Esforços não eram medidos por àquela gente desesperada para conhecer uma terra da qual mal haviam ouvido falar. Eram homens, mulheres e crianças que desembarcavam com suas roupas surradas, mas com braços fortes e idéais. Trouxeram consigo todo um sistema de vida que logo contagiaria o Brasil: cantos e tradicições, sincretismo e fé, colônias foram formadas em várias partes do país. Muitos ofícios os acompanharam: padeiro, sapateiro, mascates, carroceiros e barbeiros. Os imigrantes queriam algo muito além dos limites de um cafezal, queriam vir para cidade, para capital.
Novos Ricos de São Paulo:
Giovani Brícola, foi o primeiro italiano a fazer fortuna no Brasil, tornou-se representante do Banco de Nápoles. Depois, Giussepe Martinelle, Francesco Matarazzo, os Scarpa, Ramenzoni e sua tradicional fábrica de chapéus. Os libâneses teriam também seus prósperos empresários: Calfat, Jafet que chegaram ao Brasil em 1881, os portuguêses, Pereiras e Ignácio, os judeus Klabin e Weisz Flog , e também os alemães: Müller e Lutz . Convidados por parentes ou através de propaganda do Governo Paulista na Europa, deslumbrados com a nova terra, os números de 1887 a 1900 dão conta de 909.969. De 1906 para 1915 entraram mais 1.002,998 chegando aos 2.803.672 imigrantes. O mosaico de quase 70 étnias estava montado, das ruas Caetano Pinto e Carneiro Leão -Brás, à Pomerode - SC, ou seja , de Norte a Sul , do Leste ao Oeste. #Reportagem publicada na revista Clássicos Automotivos versão impressa em 2005][Francisco Martins ]
EDITORIAS:
link da notíciaBy Equipe formasemeios, às 14:14  comentar

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