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O adeus do técnico Telê Santana, um dos mais competentes do futebol brasileiro. Sua perseverança e ensinamentos deixou discípulos como Raí e Müller.

Telê morre em Belo Horizonte
SÃO PAULO - O ex-jogador e ex-técnico Telê Santana morreu, vítima de falência múltipla de órgãos, nesta sexta-feira no Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte. Um dos maiores ídolos da história do futebol brasileiro, Telê estava internado desde o dia 25 de março no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do hospital, com uma infecção no intestino grosso e dificuldade respiratória. Ele foi internado após passar mal em sua casa.De acordo com o boletim de óbito divulgado por José Olinto Pimenta Figueredo, médico que cuidou do ex-técnico da seleção brasileira nos últimos dias, Telê Santana "foi vitimado por um quadro inicial de colite isquêmica, que evoluiu para sepsis e falência de múltiplos órgãos" O velório e o enterro estão confirmados para o Cemitério Parque da Colina, em Belo Horizonte. O velório começou às 17 horas desta sexta-feira. Já o enterro acontecerá neste sábado, no mesmo local, às 11 horas da manhã. Em todas as partidas deste final de semana válidas pelo Campeonato Brasileiro será prestada a homenagem de 1 minuto de silêncio antes do início da rodada. Telê Santana, bicampeão da Copa Libertadores e do Mundial Interclubes com o São Paulo e treinador do Brasil nas Copas do Mundo de 1982 e 1986, ficou com sua saúde debilitada desde 1996. Após deixar o cargo de técnico do São Paulo, Telê foi contratado pelo Palmeiras para trabalhar como diretor-técnico, mas não chegou a assumir o cargo de fato, devido a uma isquemia cerebral. 

Vida e carreira

Telê Santana nasceu em 26 de julho de 1931 na cidade mineira de Itabirito. Com um currículo invejável como jogador e técnico, Telê é um dos maiores ídolos do futebol brasileiro. Começou sua carreira de jogador no juvenil do Fluminense. Em 1951 conquistou seu primeiro titulo de campeão carioca pelo tricolor das Laranjeiras. Na decisão do campeonato contra o Bangu, o Fluminense venceu por 2 a 0 com dois gols de Telê. Por causa dos seus poucos 57 quilos era chamado de “Fio de Esperança”. Ficou no Fluminense até 1962. Passou ainda pelo Madureira, Guarani e encerrou sua carreira no Vasco da Gama em 1965.

Futura Press Telê ao lado de sua esposa Ivonete, quando recebeu o certificado de Melhores do Esporte

Sua carreira com treinador também começou no juvenil do Fluminense em 1967. Dois anos depois foi campeão carioca dirigindo o time principal. Telê Santana foi campeão regional nos quatro principais Estados do Brasil. Em Minas, campeão pelo Atlético Mineiro. No Rio Grande do Sul, Campeão pelo Grêmio. Em São Paulo, pelo São Paulo e no Rio de Janeiro pelo Fluminense. Foi treinador da seleção brasileira em duas Copas do Mundo, 1982 e 1986. Também foi técnico da Arábia Saudita.

Foi no São Paulo que ele viveu os melhores anos de sua vida como treinador e conquistou um recorde de títulos. No Tricolor paulista, o técnico foi campeão paulista nos anos de 1991 e 92; campeão brasileiro em 1991; campeão da Taça Libertadoras em 1992 e 93; campeão mundial interclubes em 1992 e 93; campeão da Supercopa em 1993, campeão da Recopa em 1994, campeão do Troféu Cidade de Barcelona em 1991 e 92, campeão da Taça Cidade de Barcelona em 1992, campeão do Troféu Ramon de Carranza em 1992, campeão do Troféu Tereza Herrera em 1992, campeão do Troféu Cidade de Santiago em 1993, campeão do Torneio Santiago de Compostela em 1993, campeão do Torneio Jalisco em 1993, campeão do Torneio Cidade de Los Angeles em 1993, campeão da Taça San Lorenzo de Almagro em 1994, campeão da Conmebol em 1994, campeão do Torneio "Rei Dadá" em 1995 e campeão da Copa de Clubes Brasileiros Campeões Mundiais em 1995. Telê também foi campeão mineiro pelo Atlético em 1970 e 1988, campeão brasileiro pelo Atlético em 1971, campeão gaúcho pelo Grêmio em 1977 e campeão carioca pelo Fluminense em 1969. Outra marca importante na vida do treinador Telê: foi o único técnico que, após não levantar uma Copa do Mundo (Espanha, 1982), voltou a dirigir a seleção brasileira para a Copa seguinte (México, 1986). Assumiu a seleção pela 1ª vez em 1980 e dois anos depois encantou o mundo com sua equipe. Porém, apesar de ser considerada por muitos a melhor do Mundial, não conseguiu passar pela Itália, de Paolo Rossi e voltou antes do tempo. Este tropeço profissional na vida de Telê mudou um pouco o seu conceito junto aos torcedores, que de melhor treinador do Brasil, passou a ser chamado até de "pé-frio". Em 1983 e 1984, trabalhou na Arábia Saudita, onde também conquistou alguns títulos.

Agência Estado Chamado de 'rabugento' por alguns, na verdade Telê tinha zêlo por seus pupilos

A sua volta ao futebol brasileiro teve o momento marcante em 1985, quando o Brasil sofria nas Eliminatórias para a Copa de 1986. O técnico Evaristo de Macedo era ferozmente criticado pela imprensa e pela torcida e o nome do Mestre Telê era quase unanimidade no País. Após assumir a equipe, Telê deu nova vida ao elenco e conseguiu colocar o Brasil no Mundial, carimbando o passaporte para o México.

Entretanto, mais uma vez o Brasil não conseguiu o título mundial. A equipe deixava a desejar, se comparada à de 1982, não emplacou e voltou com a 5ª colocação. Como jogador foi campeão carioca pelo Fluminense nos anos de 1951e 59 e campeão, também pelo Fluminense, do Rio-São Paulo em 1957. Era um jogador técnico e se preocupava muito com a tática do time. É considerado o primeiro jogador a atuar pela ponta-direita e recuar para ajudar na defesa. www.ig.com.br