Como atração da DisneyWorld que inspirou a série de filmes, "Piratas do Caribe 2" passa de uma fantástica seqüência de efeitos especiais para outra, com pouca substância para fazer a interligação. Parece que os criadores do filme, que entra em cartaz nesta sexta-feira, decidiram que a narrativa não deve constituir obstáculo à diversão bucaneira.
Canibais, lutas de espada, um monstro marinho, brigas em tavernas, marinheiros sobrenaturais e fugas assustadoras passam pela tela numa profusão tão confusa que qualquer senso de rumo e objetivo se perde na aventura enlouquecida. Na realidade, o filme tem um objetivo apenas: dar a Johnny Depp o espaço necessário para que faça sua Grande Performance dos Sete Mares. Johnny Depp se exibe durante todo o filme com uma expressão carrancuda e ao mesmo tempo espantada e a atitude de despreocupação total de um herói que sabe que tudo dará certo no final. Ele é a liga cômica que une a empreitada. Sua performance é puro prazer para os espectadores, algo que parece combinar Pernalonga, Peter Pan e Carlitos. A trama de "O Baú da Morte" gira em torno de uma dívida de sangue do Capitão Jack Sparrow (Johnny Depp) para com Davy Jones (Bill Nighy), um monstro legendário que vive no navio fantasma Flying Dutchman (Holandês Voador).
Mas há outros interessados em conseguir o baú, especialmente o diretor da Companhia das Índias Ocidentais, lorde Beckett (Tom Hollander). Ele prende Will Turner (Orlando Bloom) e sua noiva, Elizabeth Swann (Keira Knightley), antes do casamento deles, com base em acusações falsas, para que Will seja motivado a encontrar o baú antes do Capitão Jack. A grande produção nunca sai do controle, graças à direção competente de Verbinski. A direção fotográfica de Dariusz Wolski é admirável, e a trilha sonora de Hans Zimmer, que faz ótimo uso de música de órgão, infunde mais ânimo à ação. [Em destaque Johnny Deep - Foto Divulgação]