
Quantos estarão dispostos a encarar a difícil tarefa de assistir a "Vôo 93"? Acreditem que serão muitos, mas é impossível adivinhar o que isso pode representar em termos de bilheteria. Quando se preparava para usar a história do vôo 93 da United Airlines, que foi derrubado quando sobrevoava a Pensilvânia no dia 11 de setembro de 2001, o roteirista e diretor do filme, o britânico Paul Greengrass, fez uma declaração comovente. Ao falar sobre as 40 pessoas que estavam a bordo do avião, o quarto a ser sequestrado na fatídica data do 11 de setembro, Greengrass observou que elas foram as únicas pessoas daqueles vôos malfadados que se deram conta do que acontecia.
"Vôo 93" mostra o que provavelmente aconteceu, e a experiência é avassaladora. O tempo passa de maneira estranha. Os quatro nervosos terroristas parecem esperar horas e horas para entrar em ação. Os passageiros em pânico fazem o mesmo. O sentimento de impotência domina o espectador, mas então a determinação toma conta.
Durante aqueles instantes em que a respiração fica suspensa, Greengrass se afasta do avião para mostrar o desespero e a confusão reinantes nas torres de controle dos aeroportos, o centro de comando de operações da FAA (Administração Federal de Aviação) em Herndon, Virgínia, e o despreparado centro de operações das Forças Armadas no Setor de Defesa Aérea Nordeste, no Estado de Nova York.