Escultor, artista plástico e artesão, ele é o maior artista vivo do País. Fez seu primeiro painel em cerâmica em 1954, em 1961 pintou um mural para o Colégio Anchieta, Itanhaém - São Paulo. Não se adaptou à Paris, e volta ao Brasil.
Nascia em 11 de junho de 1927, em Recife - Pernambuco, Francisco de Paula de Almeida Brennand,[foto divulgação] filho de Ricardo Monteiro Brennand e Olímpia Padilha Nunes Coimbra. Vai morar no Rio de Janeiro, em 1937, e ingressa no Colégio Aldridge - Praia de Botafogo-, e no ano seguinte, no Colégio São Vicente de Paula, em Petrópolis -RJ, como interno. Retorna ao Recife em 1939, e após concluir o curso ginasial [ensino fundamental] vai trabalhar na Cerâmica São João, como aluno informal do escultor Abelardo da Hora . Seu talento para caricaturas foi detectado desde cedo ao retratar seus professores e colegas. Em 1945, Ariano Suassuna, então um colega de classe, o convida para ilustrar os poemas que ele publicava no Jornal Literário do colégio, por ele organizado. Conhece o pintor Álvaro Amorim, restaurador e pintor, que começa a orientá-lo. Seu pai, Ricardo Brennand, convida diversos artistas para pintar a paisagem natural do engenho São João, entre eles, Álvaro Amorim, Balthazar da Câmara, Mário Nunes e Murilo La Greca. Francisco acompanha os trabalhos e começa a pintar paisagens. Estuda pintura com Murilo La Greca, mas seu primeiro trabalho foi em escultura, "Cabeça de Deborah", em barro. No ano de 1947 foi ganhador do prêmio de pintura do Salão de Arte do Museu do estado de Pernambuco, cuja pintura tinha como inspiração uma paisagem do engenho São João, denominada de " Segunda visão da terra". No ano seguinte, novamente recebe o primeiro prêmio e menção honrosa por seu autoretrato posando como Cardeal inquisidor, Dom Fernando Nino de Guevara, de El Greco.
O pintor Cícero Dias, que já morava em Paris, faz uma exposição no Recife e mostra a Brennand suas obras e, a partir daí, desenvolveram constantes diálogos tendo como tema a pintura. Cada vez mais Dias ficava encantado com o talento de Francisco Brennand, um jovem artista. Foi através da amizade com Ricardo, que Cícero Dias convence o amigo a mandar o filho estudar em Paris. Logo após casar-se com Deborah, uma colega de colégio, em 1948, logo em seguida viaja para Paris, e vão morar no Hotel Montalambert, onde reuniam constantemente intelectuais e artistas parisienses. Foi nestes saraus que ele conheceu Almada Negreiros, amigo íntimo de Fernando Pessoa e o poeta surrealista René Char também Fernando Léger. Apesar dos relacionamentos culturais, ele tinha problemas de saúde e de adaptação, por isso retorna ao Brasil, em outubro.
A Fábrica e a primeira obra
A fábrica de azulejos da família Brennand é inaugurada em 1954 e nela Francisco Brennand cria o seu primeiro grande painel em cerâmica. Em 1955, participa da III Bienal de Barcelona, na Espanha. Em 1958, inaugura o mural do Aeroporto Internacional dos Guararapes, no Recife e, em 1961, o mural Anchieta, no Ginásio Itanhaém, na cidade de São Paulo. Entre 1961 e 1962 realiza uma das obras mais significativas da sua carreira: Batalha dos Guararapes, para uma agência do Banco da Lavoura de Minas Gerais, no Recife. O painel trata da expulsão dos holandeses do Brasil. Participou de várias exposições nacionais e internacionais, individuais e coletivas. Sua obra recebeu diversos prêmios, sendo o mais importante deles, o Prêmio Interamericano de Cultura Gabriela Mistral, concedido pela OEA (Organização dos Estados Americanos), Washington, Estados Unidos, em 1993. Este prêmio foi criado em 1983, pelo Conselho para a Educação, Ciência e Cultura da OEA como reconhecimento por um trabalho que tem ação contínua e alcançou grande dimensão enriquecendo a cultura da América. O nome Gabriela Mistral é uma homenagem à primeira escritora latino-americana a receber, em 1945, o Prêmio Nobel de Literatura.
A Oficina:
Grande parte da obra do artista pode ser encontrada na Oficina Cerâmica Francisco Brennand, criada em 1971, no bairro da Várzea, no Recife. A Oficina funciona no local onde existia a antiga Cerâmica São João, que fabricava telhas e tijolos, fundada em 1917 por seu pai, Ricardo Brennand, fechada em 1945, e abriga mais de 2.000 peças do artista, possui um jardim cujo traçado é de Roberto Burle Marx, uma loja, a Bibliopolion, onde podem ser encontrados livros sobre o artista, peças cerâmicas, cartões postais e serigrafias. ( Foto 1 - arte em ^cerâmica - Foto 2 - cerâmica Ibérica - ambas site do artistas)
Localização:
Propriedade Santos Cosme e Damião -
Engenho São João - Várzea - Recife - Pernambuco
Aberto segunda a sexta, das 8h´à 16h.
Telefone: 0055 - 81 - 3271.2466
Fax: 0055 - 81 - 3271.4814
*Reportagem publicada na versão impressa de www.jornalnovastecnicas.com.brPerfil de organizador
Sempre muito ativo Rebolo ajudava a organizar salões de arte, foi um dos fundadores do Sindicato dos Artistas e Amigos da Arte, o Clubinho, que se tornou uma legenda no panorama cultural (e boêmio) da cidade de São Paulo. Anos depois, estava no grupo que colaborou na criação do Museu de Arte Moderna - MAM/SP e da própria Bienal de São Paulo onde além de expôr participou do júri também. Ganhador de muitos prêmios da crítica em importantes salões de arte, desde o início da carreira, esse processo teve um ponto de inflexão importante com o prêmio de "Viagem ao Exterior", em 1954, que lhe possibilitou viver com a família durante dois anos na Europa ( Itália, Alemanha, França, Espanha e Áustria). No período, desenvolveu nova fase em sua obra pictórica, com sua produção tendo como temática estes países. Retornando ao Brasil, tem início a fase da maturidade, bastante produtiva e marcada por experimentações em que sempre volta ao lirismo original, particularmente em sua década final, nos anos 70, quando viaja muito por todo o país, pintando e expondo.
Desde o começo da carreira artística, Rebolo foi considerado pela crítica do período um dos mais importantes paisagistas da pintura nacional. Não obstante sua consagração como mestre da paisagem, sua apreciada obra, com um total estimado superior a 3000 pinturas, centenas de desenhos e um conjunto de 50 diferentes gravuras, de variadas técnicas, envolve também como temática um expressivo conjunto de retratos, figuras, naturezas-mortas e flores. Hoje, os trabalhos de Rebolo estão nos principais museus brasileiros, no acervo de órgãos culturais e governamentais e em coleções particulares em todo o Brasil. Dezenas de mostras individuais de sua obras foram realizadas, além de grandes retrospectivas, em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Brasília. Em 1986, foi editado livro com reprodução de mais 100 de suas principais pinturas, desenhos e gravuras, contendo estudos críticos e exaustiva resenha sobre a vida e obra de Rebollo. [Francisco Martins]