Revelando, imortalizando histórias e talentos
8.11.06

Tikashi Fukushima, deixou o Japão antes da segunda grande guerra. Seu destino: Brasil, soube como poucos, perceber a natureza do novo país e compreender a alma de seu povo.

  As cores alegres de suas obras indicavam a integração cultural de Fukushima. Como a maioria dos pioneiros nipônicos, Fukushima era de origem humilde. Nasceu aos 19 de janeiro de 1920, no pequeno município agrícola de Somano, Japão, e ainda garoto foi trabalhar na lavoura, e depois num armazém. Tikashi ficou fascinado ao desembarcar no porto de Santos, em 1940. Ao desembarca, foi direto para o campo, a natural saga dos imigrantes. Dedicou-se a lavoura e ao comércio nas cidades de Pompéia e Lins/SP, onde conheceu Manabu Mabe. Em 1945, resolve ir para o Rio de Janeiro, trabalhar na oficina do pintor Tadashi Caminagai, lá ele aproximou-se de pintores de sucesso como: Di Cavalcanti, Inamá e Quirino Campofiorito, que lhe abre as portas da seleta Sociedade Brasileira de Belas Artes. Toda efervescência cultural carioca estimula o jovem artista que pinta as românticas paisagens da “Cidade Maravilhosa”. Inscreve seus trabalhos no Salão Nacional de Belas Artes e conquistando, no segundo ano de participações, “Menção Honrosa” - algo importante para Tikashi, devido ao elevado nível dos artistas concorrentes. Fukushima resolve se casar e volta para São Paulo, casa-se com Ai Saito. Monta uma molduraria no bairro do paraíso e quer evoluir profissionalmente e se tornar um dos mais importantes nomes da pintura brasileira, com direito ao respeito internacional. Fukushima vai morar no Largo Guanabara - antiga Praça Rodrigues de Abreu, talvez para não esquecer das paisagens cariocas, sua inspiração primeira. Sua molduraria vai sendo bem freqüentada: Lasar Segall, Bonadei, Aldemir Martins, Wega Ianelli e também os patrícios pintores - Takaoka, Jorge Mori - Tamaki e o amigo Mabe. Em 1951, participa da primeira Bienal Internacional de São Paulo, ao lado de: Hopper, Morandi, Pollock, Moore e Picasso. O crescimento do artista era inevitável, porém, em suas obras em papel, madeira e tela, traziam as pinceladas com expressões de um grito interior. Mas, depois da bienal qualquer conflito interior estava definitivamente derrotado na mente do artista. A pintura de Fukushima é responsável pelo entrosamento cultural Oriente-Ocidente, em cada tela, a vivência intercultural nipo-brasileira. Do figurativismo ao abstracionismo, um legítimo contexto artístico mestiço. Tikashi Fukushima morreu aos 81 anos em São Paulo, dia 14 de outubro de 2001. 

A ARTE CONTINUADA - TAKASHI FUKUSHIMA:  

Filho de Tikashi, herdou o gosto pela arte. Seu primeiro contato com o circuito das artes foi em 1969, quando expôs no Salão Seibi. Em 1971, fez sua primeira individual na Opus Galeria em São Paulo, Em 1973, como estudante da FAU/USP, interessado na obra do arquiteto Antoni Gaudi, viajou para Barcelona. Neste mesmo ano, foi selecionado para a XII Bienal Internacional de São, Paulo, participando com uma instalação e, como Convidado na XIII Bienal Internacional de São Paulo, recebeu o prêmio de aquisição “Sala Brasília”. Em 1977 transferiu-se para Montreal, no Canadá, onde fez uma individual na Galerie Libre e na InformAll Art Galery de Toronto. Convidado, espôs na mostra 15 Jovens Artistas Brasileiros  no MAN de Buenos Aires em 1978 e na Contemporary Latin América & Japan no National Museum of Art de Osaka, em 1981. Durante os anos 80, fez diversas individuais pelo Brasil, em Porto Alegre, na Galeria Salamandra, em Salvador, no Escritório de Arte da Bahia, (1985), no Rio de Janeiro, na Galeria Realidade, em Recife na Artespaço, (1986), e em São Paulo na Paulo Figueiredo Galeria de Arte, (1988). Em 1989, usufruindo do Prêmio Molière pela cenografia de Pássaros do Poente, viajou a Paris, onde fez uma individual no espace Latino-Américain, participando também da Contemporary Brazilian Lithographs, no King’s College de Londres. Em 1990, a convite da Fundação Japão, fez uma pesquisa sobre xilogravuras na Universidade Nacional de Artes e Música do Tokyo, expondo na II Trienal de Osaka no ano seguinte. De volta ao Brasil, expôs suas gravuras no Gabinete de Arte Raquel Arnoud. Em 1994, participou da exposição Xilogravura - do Cordel à Galeria, exibida na Paraíba e também no MASP. Em 1998, participou da Mostra Internacional Itinerante Japão-Brasil, apresentada no Palácio das Artes (BH), Itamaraty (DF), MASP (SP), e MAM (RJ), e da exposição Watercolors na Amcham Gallery, em São Paulo. [Francisco Martins]

Publicada na versão impressa do jornal Novas Técnicas www.jornalnovastecnicas.com.br  em dezembro de 2006.

Mário Cesariny de Vasconcelos morre aos 83 anos maior nome do surrealismo português. Apenas a parte física se foi, sua obra continua.

Ele assumiu de frente as suas idéias, forma de viver e que batia forte na hipocrisia. Um homem de inquebrantável vontade subversiva, que foi contra a ditadura e contra dogmas. Sem dúvida, a Lisboa da intelectualidade nunca mais voltará a ser a mesma e Portugal ficou mais pobre.São poucos os que restam da transgressão da palavra e do "modus vivendi" pré-estabelecido. Mário Cesariny de Vasconcelos, nasceu em Lisboa, Portugal, a 9 de Agosto de 1923, faleceu na sua casa em Lisboa, cerca das 05h30, de domingo, dia 26 de Novembro. Estudou na Escola de Artes Decorativas António Arroio, em Lisboa. Viveu em Paris em 1947, frequentando a Academia de La Grande Chaumire. Na capital francesa conheceu o fundador do movimento surrealista francês André Breton.

 Sobre Cesariny

Fundou o "anti-grupo" "Os Surrealistas" com Henrique Risques Pereira, António Maria Lisboa, Fernando José Francisco, Carlos Eurico Da Costa, Mário-Henrique Leiria, Artur Cruzeiro Seixas e Pedro Oom, entre outros. As suas obras, adotavam uma atitude estética caracterizada pela constante experimentação. Praticou uma técnica de escrita e de pintura muito divulgada entre os surrealistas, designada como "cadáver esquisito", que consistia na elaboração de uma obra por três ou quatro pessoas, num processo em cadeia criativa, em que cada um dava reguimento, em tempo real, à criatividade do anterior, conhecendo apenas uma parte do que aquele fizera.

 

A Osiarte Atelier e a arte decorativa

 

Sob encomenda para o edifício Gustavo Capanema, antigo MEC, Paulo Rossi Osir cercou-se dos melhores: Portinari, Le Corbusier, Volpi entre outros e, o próprio Osir.

O prédio foi tombado pelo Iphan, em 1945, três anos após sua construção. A iniciativa de sucesso permitiu que outros artistas investissem na cerâmica e azulejos, como Clóvis Graciano [Abaixo à direita] e outros. A OSIARTE, Atelier de Arte Decorativa, empresa paulistana criada em 1940, pelo arquiteto e pintor Paulo Cláudio Rossi Osir (1890 +1959 - obra à direita] visando atender a uma grande encomenda de Painéis de Azulejos para o prédio do antigo MEC- Ministério da Educação e  Cultura, hoje denominado Palácio Gustavo Capanema (Rua Graça Aranha- Centro - Rio de Janeiro / RJ), em construção na época.O prédio de 14 andares, apoiado em pilotis com 10 metros de altura, foi construído entre os anos de 1937/1945 - em plena 2ª Guerra Mundial -, sendo considerado um ícone da arquitetura moderna brasileira e mundial. Foi projetado por uma equipe de arquitetos composta por Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Jorge Machado Moreira, Afonso Eduardo Reidy, Carlos Leão e Ernani Vasconcelos, seguindo alguns princípios arquitetônicos sugeridos pelo famoso arquiteto Le Corbusier. O projeto do Palácio incluiu grande número de obras de arte: pinturas de Portinari, Guignard e Pancetti, esculturas de Jacques Lipchltz, Bruno Giorgi, Celso Antonio Dias, Honório Peçanha, Leão Veloso e Adriana Janacopulus, Painéis de Azulejos de Portinari e Paulo Rossi Osir e jardins projetados por Roberto Burle Marx. Face à sua importância, e particularidades do projeto arquitetônico, a edificação foi Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), três anos após sua inauguração ocorrida em 1945.   As encomendas  Os trabalhos de Paulo Rossi apresentam grande domínio técnico. Suas telas, que foram incluídas em mostras coletivas no exterior (Milão, Paris, Buenos Aires e Nova York), retratam principalmente, paisagens, marinhas, retratos e naturezas-mortas. No Brasil, suas obras constam do acervo de importantes Museus e coleções particulares. O arquitetura estudou arte e pintura na Itália, Inglaterra e França. No Brasil fez parte da vanguarda de artistas de São Paulo sendo um dos idealizadores, em 1937, do movimento de pintores denominado Família Artística Paulista, que agregava artistas distanciados dos salões acadêmicos e dos modernistas. A encomenda feita pelo MEC à OSIARTE consistia em dois painéis de Cândido Portinari [obra à esquerda no Palácio Gustavo Capanema - RJ] e outros de Paulo Rossi Osir, para cobrir as paredes externas e internas nos pilotis do prédio. São milhares de azulejos 10 cm x 10 cm, produzidos no período de 1941 a 1945, nas cores branca e azul, cujo tema predominante é a fauna marinha. Os dois Painéis de Azulejos com desenhos de Portinari, fixados em paredes planas. A Osiarte  funcionou em vários endereços. Quando instalada na Alameda Barão de Limeira nº 117 comercializava azulejos pintados por diversos artistas da época. Na série denominada “Motivos do Folk-Lore Brasileiro” havia trabalhos compostos de um ou mais azulejos (15cm x 15cm), emoldurados como um quadro de parede. [Francisco Martins] 

Uma exposição sobre o tema acontece em suposto espaço cultural à

Praça da Sé, número 111 - térreo. e primeiro andar

De 11 de novembro a 28 de janeiro de 2007 - [11] 3321-4400

PINTURA OUVE-SE?

Kandinsky queria tornar a arte visual algo como a música: mais abstrata. E esperava que suas pinturas pudessem ser ouvidas por seu público.

Segundo pesquisadores de Norwich / Inglaterra, alguns artistas tem este poder de transmitir para suas telas algo mais que visual; há uma parte auditiva nas obras. Eles relacionam como um mestre nesta façanha, o russo Wassily Kandinsky, cujas obras atraem pessoas pelo fato de seu trabalho poder ser ouvido e não somente visualizado. Foi o que afirmaram algumas pessoas ao neurocientista britânico. Para que consiga-se transmitir esta audição nas pinturas, é preciso que o autor seja um sinesteta. Sinestetas são pessoas de grande sensibilidade em que um sentido desencadeia outro, ou seja, são sentidos interligados, de modo que ao ver um quadro como "Composição VIII, 1923", do pintor russo, o trabalho também desencadeia sons. Ainda segundo o neurocientista britânico Jamie Ward, professor da University College London, Kandinsky sabia o que queria: apelava para a audição também em suas obras. Mas há dúvida se o pintor era sinesteta. Uma coisa é certa "ele tinha conciência do fenômeno sensorial", afirma Ward. Há indicações na pesquisa de que 1 ou 2 por cento da população é formada por sinestetas, mas Ward acredita que todas as pessoas façam um vínculo inconsciente entre música e arte visual. Para testar a teoria, ele pediu a sinestetas, em uma série de experimentos, que desenhassem e descrevessem sua visão de música tocada pela New London Orchestra. Além disso, notas musicais foram tocadas para pessoas não sinestetas, e que depois reproduzissem em desenho o que viram, melhor ouviram. A obra Composição VIII, 1923 foi descrita assim: O círculo aparece nesta época como símbolo de perfeição e pelas suas conotações cósmicas. A vibrante cor dos anos de "O Cavaleiro Azul" torna-se agora mais plana e lisa. A economia e o rigor do repertório formal apuram-se ao máximo

Animação e imagens

Cem imagens foram mostradas a mais de 200 pessoas e se pediu a elas que escolhessem as animações mais apropriadas à música, e elas sempre selecionavam as imagens criadas pelos sinestetas. "É quase como se todo o mundo fosse capaz de apreciar essas imagens sinestésicas, mesmo que não tenha sinestesia", disse o cientista. Ele também afirma que todas as pessoas nascem com sinestesia, é uma condição herdada e que de algum modo as perdem. Dr. Ward aconselha um estudo mais aprofundado por acreditar que, poderão aprender mais sobre a interligação entre os sentidos e os pensamentos do cérebro humano. [Francisco Martins]

EDITORIAS:
link da notíciaBy Equipe formasemeios, às 21:04  comentar

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