Idenilde da Costa Araújo: Núbia Lafayete faleceu vítima de um Acidente Vascular Cerebral mesmo depois de passar por uma cirurgia, segunda-feira dia 18 de junho de 2007 aos 70 anos.
Segundo parentes, a cantora encontrava-se internada desde o dia 25 de maio no Hospital de Clínicas de Niterói, na região metropoliana do Rio. O hospital informou que, a cantora já havia sofrido um primeiro derrame em março, mas reagiu bem. Idenilde da Costa Araújo, nome verdadeiro de Núbia Lafayete, nasceu no dia 21 de janeiro de 1937, em Açu, Natal, Rio Grande do Norte. Ela representou muito para a música romântica brasileira, sua voz ecoava pelos quatro cantos do País nas décadas de 60 e 70. Muito jovem ainda [ 3 anos] mudou-se para o rio de Janeiro onde se apresentou em programas infanti, aos 8 anos. A cantora galgou glórias e consagração como uma das maiores cantoras românticas do Brasil, e ficou conhecida pelo seu estilo de interpretação e pelas canções de grandes nomes da MPB como, Ângela Maria, Nora Ney, Clara Nunes e Dalva de Oliveira.
No início da adolescência, imitava Vicente Celestino e Dalva de Oliveira fazendo do cabo da vassoura um microfone. Idenilde Araújo começou sua carreira no fim dos anos 50, com o nome artístico de Nilde Araújo. Apresentou-se em programas de calouros, foi crooner da boate Cave e fez sua estréia cantando com o ídolo Dalva de Oliveira. Chegou gravar discos com o psedônimo de Nilde Araújo, assumindo-se Núbia Lafayette em 1960, por sugestão do compositor Adelino Moreira. Foi ele quem apresentou Núbia à gravadora RCA e encontrou nela a intérprete ideal para suas músicas. O primeiro disco continha o sucesso ‘‘Devolvi’’ de público e rádios de todo o País. Núbia considerava nelson Gonçalves também sua fonte de inspiração musical masculina. Muitos de seus fãs chegaram a considerá-la de o ‘‘Nelson Gonçalves de saia’’. E foram muitas as canções sucessos na voz de Nelson, regravadas por ela, exemplo como ‘Argumento’ - , ‘A volta do boêmio’ ambas de Adelino Moreira e ‘Fica comigo esta noite’ (Nelson Gonçalves/Adelino Moreira). Canções como o bolero ‘Seria tão diferente’, ‘Prece à lua’ e ‘Solidão’, tiveram exitos em sua voz.
Já nos anos 1970, ela tem uma segunda fase na sua carreira e, Núbia volta às paradas com ‘Casa e Comida’, de Rossini Pinto, gravado em 1972, e era uma espécie de hino das mulheres mal casadas, e desprezadas pelo maridos. Ela não se rendeu aos modismos, sempre se manteve fiel ao romantismo, as mágoas e a traição, tema corriqueiro às suas canções. Ela não se limitou a gravar as dores de cotovelo escritas por Adelino Moreira, também gravou outros como o gaúcho Lupcínio Rodrigues, Herivelto Martins, Raul Sampaio, Jair Amorim, Evaldo Gouveia, dentre outros. Assumidamente, são vários os cantores e cantoras de sucessos atuais que se inspiraram em Núbia por exemplo Alcione, Fafá de Belém, Elymar Santos. Fãs, ah, isso ela tinha às pencas e dentre os quais Cauby Peixoto, Waldick Soriano, Cláudia Barroso, querem mais? Precisa. Dentre os fãs tietes de carteirinhas, alguns puderam dividir o microfone com sua diva Núbia em gravações pra lá de emocionadas, Gonzaguinha, Nelson Gonçalves, Elymar Santos, Waldick Soriano, Noite Ilustrada, Trio Irakitam e Alcione. No dia 9, Núbia esteve no Nordeste se apresentando num show realizado em Recife em comemoração ao Dia das Mães. Em Natal, ela participou recentemente de serenatas, shows no Violão de Ouro e de um festival em Macau. Atualmente a cantora residia na cidade de Maricá, na Região dos Lagos, Rio de Janeiro, onde administrava o Centro Gastronômico Núbia Lafayete [Dino Nery/Francisco Martins]
LANA BITTENCOURT Por: Francisco Martins / Dino Nery Sua vida artística teve iníciu em 1954, na Rádio Tupi, do Rio de Janeiro, e ao gravar um "jingle" fez muito sucesso na época. No ano seguinte, gravou seu primeiro disco, um 78 rpm pela gravadora Todamérica que incluía os sambas "Samba da noite", [ Luís Fernando e Wilton Franco], e "Emoção", de Emanuel Gitahy e Wilson Pereira. Lana, Logo foi contratada pela Rádio Mayrink Veiga,também do Rio de Janeiro. No ano 1954, ela chegou a ter um programa exclusivamente seu na TV Paulista (canal 5 de SP) com a duração de 30 minutos. Já em 1955, transferiu-se para a gravadora Columbia, onde gravou a maioria de seus discos. O disco de estréia na nova gravadora tinha "Juca", um fox - de Haroldo Barbosa, e o bolero "Johnny Guitar", de Victor Young com versão de Júlio Nagib. E logo em seguida gravou "Pobre menino rico", um samba de Vargas Jr. e Oscar Bellandi. Em 1956, o samba-canção "Quem se humilha", de R. Galeno, o maxixe "Ataliba e seu Bombardão" [ Haroldo Barbosa] e mais o samba "Meu caso", de Betinho e Nazareno de Brito. No ano seguinte, vieram as gravações: "Esquecimento", de Nazareno de Brito e Fernando césar, o samba canção "Se alguém telefonar", de Jair Amorim e Alcyr Pires Vermelho, que tornara-se um de seus maiores sucessos. Também as composições, o baião "Zezé", de Humberto Teixeira e Caribé da Rocha, fizeram um razoável sucesso. Também em 1957, fez sucesso com "Little darlin'", rumba de M. Williams. Lançou um LP com o samba-canção "Se todos fossem iguais a você", de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. No ano de 1958, gravou mais um samba-canção, "Conselho", composição de Denis Brean e Osvaldo Guilherme, para logo em seguida lançar "Lana em Musicalscope", um de seus principais trabalhos e que trazia dois de sues grandes sucessos já lançados anteriormente: "Se alguém telefonar" e "Little darlin'". Em 1959, "Amor sem repetição" [ Lírio Panicali e Ester Delamare], e a valsa rock "Quero-te assim", de Tito Madi. Já em 1960, "Poema das mãos" e "Amor, amor", de Luiz Antônio. No mesmo ano, gravou o LP "Sambas do Rio", onde interpretava composições de Tom Jobim e Luiz Antônio como: "Amor, amor", "Poema das mãos", "Eu e o Rio", "Chorou chorou", "Estrada do amor" e "Ri", de Luiz Antônio e "Longe é o céu", "Corcovado", 'Outra vez", "Só em teus braços", "Fotografia" e "Este teu olhar", de Tom Jobim. Em 1962, o LP "Exaltação ao Samba", dava destaque para a faixa "Os quindins de Iaiá", de Ary Barroso, porém vários outros compositores de renome apareciam no disco, é o caso de "Bahia com "H" [ Denis Brean], "A Bahia te espera", de Chianca de Garcia e Herivelto Martins e "O que é que a baiana tem?", de Dorival Caymmi. No ano de 1963, mudou de gravadora, para a CBS, onde gravou com relativo sucesso a música "Chariot", de Stolle e Del Roma. O LP "O sucesso é Lana Bittencourt" foi lançado também em seguida, onde ela era acompanhada por Astor e sua orquestra, com destaque para "Meu sonho em tuas mãos', de Fernando César e Britinho, "Canção de esperar o amor", de Carlito e Romeo Nunes e "Teus olhos", de Sérgio malta e Romeo Nunes. Em 1965, gravou "Lana no 1800", com as faixas "Castigo" [Dolores Duran], "Ma vie" e "Au revoir", ambas de Alain Barrière, Vidalin e Bécaud, além de um pot pourri intitulado "A voz do povo", com músicas de Luiz Vieira, João do Vale, Zé Kéti. Em 1982, o LP "Jubileu de prata" pelo selo AVM, onde gravou composição de Gonzaguinha "Sangrando", "Me deixas louca", [Armando Manzareno] e Porém, em 1986, o LP "Karma secular", pela Fermata, apresentava composições de autores contemporânoes como Abel Silva e Sueli Costa, Nonato Buzar, Ronaldo Bôscoli e Angela RôRo entre outros. Nos anos 1990, o seu LP "Exaltação do samba", fora relançado em CD com o título do samba "Exaltação à Bahia", visto que todas as músicas [12] tem como tema a Bahia, por exemplo "Oração ao Senhor do Bonfim" [Tito Madi] e "Na baixa do sapateiro", de Ary Barroso, entre outras já mencionadas. Em 1998, foi lançado pelo selo Polydisc mais um CD com seus grandes sucessos, entre eles "Ouça", "Maria, Maria", "Olhos nos olhos". Ainda na década de 1990, começou a fazer [pocket shows] pequenos shows para eventos especiais, como formaturas, casamentos, e sempre acompanhada por um a três músicos. Ela continua em atividade, se apresentando em espetáculos e eventos pelo Brasil. Sobre Raimundo José: cantor há 45 anos, recentemente participou com sucesso do programa "Rei Majestade" do SBT. Seu mais recente disco "Todo Brasileiro" é um apanhado de sua carreira, onde Lana Bitencourt faz participações especialíssimas em duas faixas: Que será de Ti, de Demétrio Ortiz / Maria Tereza Marque / versão de Hélio Ansaldo, e Exemplo - de Lupicínio Rodrigues. [AGRADECIMENTOS AO CANTOR RAIMUNDO JOSÉ, AO LADO DE LANA, SEM O QUAL ESTA MATÉRIA TORNARIA-SE IMPOSSÍVEL DE SER REALIZADA] Contate o artistas [55 11] 9730-0806 ] O adeus de Carmem Costa
Morre a cantora Carmem Costa uma das últimas damas da MPB brasileira
Carmem morreu na manhã de quarta-feira (25), aos 86 anos,ela estava internada desde terça-feira, 24 no Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. A cantora sofria de insuficiência renal. Carmem Costa(Carmelita Madriaga), nasceu em Trajano de Morais /RJ no ano de 1920, Carmem Costa iniciou a sua carreira artística no fim da década de 1930, na época de ouro da rádio brasileira. Sua vocação e talento foi descoberto pelo cantor Francisco Alves, para quem Carmem chegou a trabalhar como doméstica. Conheceu o compositor Henricão, com quem inicia uma parceria musicale com quem viria a casar-se. Entre os grandes sucessos de Carmem Costa, que cantou ao lado de nomes da música brasileira, como Emilinha Borba e Marlene, estão "Eu sou a outra" e "Obsessão".
Em 1938, cantando em dupla numa feira de amostras, o Arraial do Rancho Fundo, em Juiz de Fora MG. No ano seguinte, de volta ao Rio de Janeiro, apresentou-se numa feira de amostras da Praça Quinze de Novembro, onde cantavam Carmen e Aurora Miranda, a dupla Alvarenga e Ranchinho, e as Irmãs Pagãs. Cantando em dupla com Henricão até 1942, obteve alguns êxitos gravados em 78 rpm da Odeon: Onde está o dinheiro (Henricão), Dance mais um bocado (Henricão e Príncipe Pretinho) e Samba, meu nego (Buci Moreira e Miguel Baúso). Sua primeira gravação individual foi feita na Victor em 1942, com Está chegando a hora, versão de Henricão e Rubens Campos da valsa mexicana Cielito lindo. Em novembro de 1945 a cantora se casou com o norte-americano Hans van Koehler, com quem viajou no ano seguinte para o exterior. Permaneceu durante dois anos em New Jersey, E.U.A., tendo-se apresentado em 1947 no teatro Triboro, em New York. Esteve ainda em Caracas, Venezuela, e Bogotá, Colômbia. De volta ao Brasil lançou, pelo selo Star da gravadora Copacabana, o frevo Sonhei que estava em Pernambuco, de Clóvis Mamede.
Nos anos 1950,a cantora obteve grande popularidade tendo atuado também no cinema, aparecendo nos filmes Carnaval em Marte, de Watson Macedo, em 1955; Depois eu conto, de José Carlos Burle, 1956; e Vou te contá, de Alfredo Palacios 1958. De 1959 a 1963 voltou a residir nos E.U.A. e realizou excursões artísticas por diversos países. Em 1961 passou três meses no Brasil, gravando na RCA Victor Se eu morrer amanhã (José Garcia). Em 1962 tomou parte no Festival de Bossa Nova realizado no Carnegie Hall, de New York, tocando cabaça, e em 1964. Em 1973 gravou pela RCA Victor o LP intitulado Trinta anos depois, reinterpretando antigos sucessos e gravando novas canções. No mesmo ano atuou num espetáculo realizado na igreja do Outeiro da Glória, no Rio de Janeiro, onde, dirigida por Artur Laranjeira e Antônio Crisóstomo, interpretou hinos sacros, benditos e rezas, com arranjos do saxofonista Paulo Moura. Realizou recitais semelhantes em vários locais do Brasil, como na igreja do Embu SP, na catedral de Brasília DF e no Teatro Guaíra, em Curitiba. Carmen Costa prosseguiu carreira solo e, para Henricão(apesar das músicas novas, de sua autoria, cantadas no disco) não houve recomeço - o LP não teve repercussão e o compositor morreu no esquecimento, em 11 de junho de 1984. [Fotos: Divulgação]"Samba da noite", de Wilton Franco. Também regravou os sucessos "Little darlin'" e "Se alguém telefonar".
ELIZETE CARDOSO
POR: Dino Nery
Elizete Moreira Cardoso nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 16 de Julho de 1920. 7/5/1990. Nasceu em São Francisco Xavier, perto do morro de Mangueira; o pai, seresteiro, tocava violão e a mãe gostava de cantar. Pouco antes de completar seis anos estreou cantando no rancho Kananga do Japão; aos oito já cobrava ingresso (10 tostões) da garotada da vizinhança para ouvi-la cantar os sucessos de Vicente Celestino. Cedo precisou trabalhar e, entre 1930 e 1935, foi balconista, peleteira, funcionária de uma fabrica de saponáceos e cabeleireira, ate ser descoberta, na festa de seu 16º aniversario, por Jacó do Bandolim, que a convidou para fazer um teste na Rádio Guanabara. Apesar da oposição inicial do pai, apresentou-se em 18/8/36 no Programa Suburbano, ao lado de Vicente Celestino, Araci de Almeida, Moreira da Silva, Noel Rosa e Marília Batista. Na semana seguinte foi contratada para um programa semanal da mesma rádio.
Depois, passou pela Rádio Educadora, programa Samba e Outras Coisas, e por outras emissoras do Rio de Janeiro. Mas, como os salários eram baixos, no começo de 1939 começou a fazer shows em circos, clubes e cinemas, apresentando um quadro com Grande Otelo, que se repetiria por quase dez anos: Boneca de piche (Ari Barroso e Luís Iglesias). O sucesso das apresentações e seu talento de passista lhe valeram o convite para ingressar como sambista em uma companhia de revista, onde conheceu Ari Valdez, com quem se casou no final de 1939. O casamento durou pouco, resolveu então trabalhar em boates como taxi-girl, atividade que exerceria por muito tempo. Em 1941, tornou-se crooner de orquestras, chegando a ser uma das atrações do dancing Avenida, que deixou em 1945, quando se mudou para São Paulo para cantar no Salão Verde e para apresentar-se na Rádio Cruzeiro do Sul, no programa Pescando Humoristas.
Regressou ao Rio de Janeiro em meados de 1946 e voltou a atuar no Avenida como crooner da orquestra de Dedé, com quem rompeu rapidamente, passando a cantar em outros dancings. Em 1948, foi contratada pela Rádio Mauá para o programa Alvorada da Alegria; mas logo a seguir transferiu-se para a Rádio Guanabara. Em 1950, graças a Ataulfo Alves, gravou pela primeira vez na Star, cantando Braços vazios (Acir Alves e Edgard G. Alves) e Mensageiro da saudade (Ataulfo Alves e José Batista), mas não chegou a ter êxito: o disco foi logo tirado de circulação por defeitos técnicos. O sucesso veio na segunda gravação, realizada na Todamérica em 1950, com a música Canção de amor (Chocolate e Elano de Paula), tendo no outro lado do disco o samba Complexo (Wilson Batista). O grande êxito de Canção de amor levou-a a Rádio Tupi e, em 1951, a uma participação no primeiro programa de televisão no Rio de Janeiro (TV Tupi) e nos filmes Coração materno, de Gilda de Abreu, e É fogo na roupa, de Watson Macedo. Ainda em 1951, foi contratada pela Rádio Mayrink Veiga e pela boate Vogue, e gravou um dos seus maiores sucessos, Barracão (Luís Antônio e Oldemar Magalhães). Em 1952, além de atuar no filme O rei do samba, de Luís de Barros, gravou Maus tratos (Bororó e Dino Ferreira) e Nosso amor, nossa comédia (Erasmo Silva e Adolar Costa). Em 1953 participou do show Feitiço da Vila, na boate Casablanca, no Rio, estreando-o em São Paulo no ano seguinte, quando foi contratada pela Rádio e TV Record. Ainda em 1954, deixou a Rádio Tupi e foi para a TV Rio; logo depois gravou seu primeiro LP pela Todamerica e apresentou-se no Uruguai.
No ano seguinte, trabalhou em outro filme, Carnaval em lá maior, de Ademar Gonzaga, e lançou seu primeiro LP, Canções a meia-luz com Elizeth Cardoso (Continental). Passou, em 1956, para a gravadora Copacabana, onde lançou a maior parte de seus grandes sucessos.
Em 1957, lançou dois LPs pela Copacabana: Fim de noite e Noturno. Em 1958, trabalhou nos filmes Na corda bamba, de Eurides Ramos, Com a mão na massa, de Luís de Barros, e Pista de grama, de Haroldo Costa. Nesse mesmo ano, lançou na etiqueta Festa o LP Canção do amor demais, disco considerado inaugural da bossa nova, pois era todo dedicado as musicas de Tom Jobim e Vinícius de Morais, alem do acompanhamento ao violão de João Gilberto em Chega de saudade e Outra vez. Em 1959, gravou para o filme Orfeu do Carnaval, de Marcel Camus, as canções Manha de Carnaval e Samba de Orfeu. No inicio da década de 1960, estreou o programa Nossa Elizeth, na TV Continental, do Rio de Janeiro. Em fevereiro de 1960, após o lançar o disco Magnifica, foi contratada pela Rádio Nacional, no programa Cantando pelos Caminhos. Em seguida, lançou o disco Sax voz e apresentou-se em Buenos Aires e em Portugal; na volta lançou um dos LPs mais vendidos em toda sua carreira, Meiga Elizete. Em 1961, aproveitando o sucesso dos discos anteriores, lançou Meiga Elizeth n.º 2, e Sax voz n.º 2, sem muita repercussão se comparados ao LP Elizeth interpreta Vinícius (1963). A 16 de novembro de 1964, após lançar o quinto disco da serie Meiga Elizeth, deu um importante recital no Teatro Municipal, de São Paulo, interpretando as Bachianas brasileiras n.º 5 (Villa-Lobos), e, em março do ano seguinte, participou do espetáculo Rosa de ouro, que deu origem ao LP Elizeth sobe o morro, um marco da discografia brasileira.
Ainda em 1965, em agosto, iniciou na TV Record, de São Paulo, o programa Bossaudade, que teve grande êxito por quase dois anos. Terminou o ano de 1965 participando do espetáculo Vinícius, poesia e canção, no Teatro Municipal de São Paulo. Em 1966, participou da delegação brasileira ao Festival de Arte Negra, em Dacar, Senegal, e no ano seguinte lançou pela Copacabana o LP A enluarada Elizeth, com participação especial de Pixinguinha, Cartola, Clementina de Jesus e Codo. Em fevereiro de 1968 realizou no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, um espetáculo com o Zimbo Trio, Jacó do Bandolim e seu conjunto Época de Ouro; o show, produzido por Hermínio Bello de Carvalho para o Museu da Imagem e do Som, do Rio de Janeiro, foi gravado ao vivo em 2 LPs. Ainda em 1968, realizou com o Zimbo Trio uma longa excursão pela América Latina para divulgar a MPB. Um ano depois gravou Sei lá, Mangueira (Paulinho da Viola e Hermínio Bello de Carvalho), foi convidada pela OEA para participar, com o Zimbo Trio, do Festival Interamericano de Musica Popular, em Buenos Aires, realizou shows nas boates Blow-Up, em São Paulo, e Sucata, no Rio de Janeiro, lançando o LP Elizeth e Zimbo Trio balançam na Sucata, e, por fim, já no final do ano, estreou novo show no Sucata, com mais um disco gravado ao vivo: É de manhã. Participou de uma tourneé pelos EUA, em abril de 1970, junto com o Zimbo Trio e, no ano seguinte, lançou dois LPs com Silvio Caldas, onde cada um canta alguns dos sucessos do outro. Em 1973, apresentou o programa Sambão, pela TV Record, de São Paulo, que ficou cerca de um ano e meio no ar.
Em 1974 foi homenageada pela Escola de Samba Unidos de Lucas, que obteve o segundo lugar no desfile com o tema Mulata maior, a Divina, e teve sua interpretação de Carolina (Chico Buarque) incluída no filme francês O jogo com o fogo, de Alain Robbe-Grillet. No inicio de 1975 apresentou-se com imenso sucesso em Paris, no Festival do Mercado Internacional de Discos e Editoras Musicais (MIDEM). No ano seguinte, passou a apresentar o programa Brasil Som 7, na TV Tupi de São Paulo, e lançou Elizeth Cardoso, ainda pela Copacabana. Em setembro de 1977 fez uma tourneé pelo Japão, onde gravou o LP Live in Japan (Global Records). Em 1978, realizou sua segunda excursão pelo Japão, gravando um LP duplo ao vivo, lançado apenas em 1982 pela Victor. De volta ao Brasil, lançou o álbum duplo A cantadeira do amor, o ultimo pela Copacabana, gravadora na qual lançou 31 LPs e 25 discos 78 rpm. Em 1979, na Som Livre, lançou O inverno de meu tempo. Ainda em 1979, em uma produção de Hermínio Bello de Carvalho, apresentou-se com a Camerata Carioca, dirigida por Radamés Gnattali; inaugurando uma parceria que se estenderia ate suas ultimas gravações.
Em 1980, após excursionar pela Argentina, percorreu o Brasil com o Projeto Pixinguinha da Funarte, e em dezembro estreou, no Teatro João Caetano, o espetáculo Vida de artista, que deu origem ao LP Elizethissima (Som Livre). Em 1981 participou do Projeto Seis e Meia e do Projeto Pixinguinha. No inicio de 1982 estreou no Rio de Janeiro o espetáculo Reencontro e lançou seu terceiro LP pela Som Livre: Outra vez. Em 1983 apresentou-se com a Orquestra de Câmara do Recife e, depois, com a Camerata Carioca, no show Uma rosa para Pixinguinha, na Funarte do Rio de Janeiro, o que lhe rendeu um LP, lançado poucos meses depois. No ano seguinte estreou no Rio de Janeiro o espetáculo Leva meu samba, promovido pela Funarte, em homenagem aos 15 anos da morte de Ataulfo Alves, levou o espetáculo para o Nordeste e, depois, para São Paulo, onde o show foi gravado pelo selo Eldorado, mas lançado apenas em maio de 1985.
Em 1986, em comemoração aos seus 50 anos de carreira, estreou no Scala do Rio de Janeiro o espetáculo Luz e esplendor e lançou um disco de mesmo nome, pela Arca Som. Em agosto de 1987, com o Zimbo Trio, o Choro Carioca e Altamiro Carrilho, realizou sua terceira e mais longa excursão pelo Japão, quando descobriu que estava com câncer. Em janeiro de 1988 participou da gravação de um disco com a obra de Herivelto Martins, lançado em 1993 pela Funarte: Que rei sou eu?. Ainda em 1988, foi a grande ovacionada no 1º Prêmio Sharp de Musica, e, depois, participou do projeto Som do meio-dia, ambos no Rio de Janeiro. Em 1989, ao lado de Rafael Rabelo, apresentou-se novamente no projeto Seis e meia, no Teatro João Caetano, e realizou suas ultimas gravações: Ari amoroso (LP brinde de uma fabrica de moveis) e Todo sentimento, lançado em 1991 pela Sony Music. Em 1994, Sérgio Cabral lançou Elizeth Cardoso, uma vida, Ed. Lumiar, RJ. Elizeth Cardoso lançou mais de 40 LPs no Brasil e gravou vários outros em Portugal, Venezuela, Uruguai, Argentina e México. Durante quase sete décadas de vida artística, interpretou quase todos os gêneros, tendo-se fixado no samba, que cantava com extraordinária personalidade, o que lhe valeu vários apelidos como A Noiva do Samba-Canção, Lady do Samba (pelo seu donaire ao cantar) e outros como Machado de Assis da Seresta, Mulata Maior, A Magnifica (apelido dado por Mister Eco), a Enluarada (por Hermínio Bello de Carvalho). Nenhum desses títulos, porem, se iguala ao criado por Haroldo Costa e que permaneceu para sempre ligado ao seu nome - A Divina. Faleceu em 07 de Maio de 1990.
[FOTO: Mário Luiz Thompson]
Biografia: Enciclopédia da Música Brasileira
Art Editora e PubliFolha