'Crepúsculo' o mito dos vampiros no universo dos adolescentes
O longa metragem que tem cópias dubladas e legendadas, é um dos aguardados pela legião de fãs dos romances de Stephenie Meyer. O primeiro romance de Meyer chega como prólogo para provável adaptação dos outros três livros. O tema ambíguo, os vampiros, que tem seu apogeu na criação de conde Drácula, criação de Bram Stoker, tais criaturas seduzem e metem medo. Este é o tema de "Crepúsculo", que tem como base o primeiro livro de uma série de sucesso, onde se acrescenta mais um capítulo sobre os mitos e o fascínio que mortos-vivos causam nos fãs de cinema. O filme tem direção competente de Catherine Hardwicke, que tem no currículo o longa ‘ Os Reis de Dogtown’ e em "Crepúsculo" apresenta o amor impossível entre Isabella "Bella" Swan", vivida pela humana Kristen Stewart, e o vampiro Edward Collen , interpretado por Robert Pattinson, o galã juvenil mais requisitado no momento.
Bella vai para uma nova escola e sente-se deslocada, sem amigos. A mesma situação ocorre com Edward e seus irmãos. Todos pálidos, eles não se misturam com os outros jovens da escola. Uma seqüência de incidentes aproximam a moça ao vampiro. São vampiros não tradicionais, são diferentes daquele tipo eternizado por Bram Stoker. Em ‘Crepúsculo’, eles continuam pálido, sedutores como o conde Drácula. O detalhe é que eles não dormem em caixões, não temem cruz ou alho. Os personagens são movidos por um amor carregado de romantismo, algo atualmente raro no cinema feito para jovens. Mas como todo bom vampiro, no início tudo o que interessaria para Edward é o sangue de Bella. Como não tem muito sangue na película, "Crepúsculo" contraria a história de amor que inundam os cinemas de sangue e os dentes vampirescos. Há uma entrega incondicional, quase que por amor.

O filme tem como base o livro homônimo do jornalista e pesquisador e Roberto Saviano, e ganha vigor pelas mãos do cineasta Matteo Garrone, que imprime coloca muita energia no drama. O livro é uma história que denuncia os crimes cometidos pela Camorra, a temida máfia napolitana. A película já venceu o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes 2008 e entra em circuito nacional na sexta-feira,19, recomendado. Todo poder onipresente da máfia napolitana, a Camorra, que tem o comando de negócios lucrativos e ilegais, e atua em territórios onde a polícia e o Estado não se interessam em ter acesso, tem acesso apenas ocasional. É um universo muito próximo dos morros e bairros controlados pelo tráfico de drogas no Brasil, especificamente, Rio de Janeiro e São Paulo. Só mudam a língua e a geografia. São lugares em que a miséria e o desemprego imperam, onde a chance de ascensão social para os adolescentes encontra-se no recrutamento a serviço de alguma facção ou família mafiosa.
Totó - Salvatore Abruzzese, 13 anos, é um destes jovens que fica fascinado pelo poder exercido pelos mafiosos. Já a dupla de adolescente preferem correr risco e começa a brincar de caubói roubando os entregadores de cocaína. Ciro [Ciro Petrone e Marco [Marco Macorque], praticamente se estabelecem como mini-traficantes pois ao roubarem as drogas as vendem por conta própria e preço mais baixo, uma falsa valentia em que eles mesmos sabem que não têm a menor chance de sobreviver. Um dos chefões do submundo é interpretado por Pasquale (Salvatore Cantalupo), responsável por um dos negócios ilegais mais lucrativos deste submundo, mas disfarça no dia a dia trabalhando como alfaiate.
O protagonista e ator mais conhecido do elenco é Toni Servillo, que já atuou em filmes como "Il Divo" (2008) e "As Conseqüências do Amor" (2004), ambos exibidos na Mostra Internacional de São Paulo. Em "Gomorra", ele é Franco, um cobrador de "taxas" e distribuidor de dinheiro da máfia para as famílias ligadas aos camorristas presos. De várias maneiras, "Gomorra" lembra o clima de "Cidade de Deus", de Fernando Meirelles, uma admiração já admitida pelo diretor Garrone em diversas entrevistas. A grande qualidade do filme italiano é denunciar um quadro de horror em plena Europa, na Itália novamente governada por Silvio Berlusconi, fornecendo inclusive números apavorantes sobre o crime organizado naquele país.
Saviano diz
Segundo o escritor Saviano, que está ameaçado de morte na Itália por causa do livro, o crime organizado foi o responsável por 10.000 mortes num período de 30 anos, sendo que a Camorra atuou em 4.000 delas. Segundo seus levantamento, os lucros das atividades ilícitas da máfia são aplicados nos setores econômicos, tanto dentro quanto fora da Itália. O polêmico escritor vai mais longe e afirma que houve participação financeira da máfia napolitana na reconstrução das Torres Gêmeas, em Nova Iorque.