Waldomiro de Deus: Vitória contra tentação

Nascido no ano de 1944 no sul da Bahia, no município de Itajibá, até seus 15 anos levou uma vida de peregrino pelo sertões do norte de Minas Gerais e Bahia. Migrou para São Paulo em 'pau-de-arara', e teve de encarar bancos de praça, frio e fome. Quando dormia em um banco da Praça da Sé, um sargento da antiga Guarda Civil que o levou para morar em em sua casa em Osasco, grande São Paulo. A primeira iniciativa do guarda foi presenteá-lo com uma caixa de engraxate com a qual Waldomiro foi trabalhar no centro do município.
No ano de 1961, arranjou trabalho na casa de um dono de antiquário como jardineiro. Lá, Waldomiro de Deustravou seu primeiro conhecimento com tintas e pincéis. Empolgado com a descoberta, ele passou a pintar durante à noite, mas, durante o dia dormia em serviço o que causou sua demissão por negligência. Waldomiro levou seus apetrechos, guaches, para debaixo do Viaduto do Chá, região central de São Paulo. Deu sorte, logo no primeiro dia vendeu dois quadros e com o dinheiro ele alugou um quarto para dormir.

Em 1965, conheceu o o decorador Terry Stuffa que além de lhe dar tintas e telas, apresentou-lhe a Pietro Maria Bardi, ex-diretor do Museu de Arte de São Paulo, e a Sérgio Schenberg, um físico e crítico de arte. Sua sorte estava selada. Para entrar no jet set pictórico e teve de fazer algumas concessões: passou a se vestir de forma extravagante e passou a frequentar acontecimentos culturais na cidade. No final dos anos 60, encarnou o espírito de Flávio de Carvalho e desceu a rua Augusta vestido de mini-saia, blusão de couro e botas. Nos anos de 1972 e 1972, viajou para Itália e França tendo morado em Jerusalém em um convento de freiras francesas " foi lá onde senti um raio de luz azul vindo do céu" segundo Waldomiro. O artista tem mais de setenta exposições entre Brasil, França, Itália, Israel Alemanha e Bélgica. Porém, a estreia deu-se no Parque da Água Branca - SP, em 1961, quando apresentou 44 guaches. Participou da 1* Bienal de Artes Plásticas de Salvador, BA – em 1966; e da 9* Bienal Internacional de São Paulo, 1967, com um grande painel cujo mote era a guerra do Vietnã.
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