
Estatura baixa e gorda falava maldades pelos cotovelos são essas as referências de "Mulher que mandava no diabo". Essa mulher surgiu em um casaril da Vila São Geraldo, na Penha, zona leste da capital paulista, após o falecimento de um seu cunhado, cujo jamais ela o visitaria quando vivo. Com a morte dele, quase que automaticamente ela entrou na casa em que ele alugava - por pouco ela não entrou em cima do defunto ainda morno. Antes dela chegar ao vilarejo havia uma regularidade na calmaria entre os moradores das quatro casa. Sua chegada foi como uma tempestade: virou tudo de ponta cabeça. Infernizava tudo e todos. Especialmente, o senhor ‘Visconde’, na época com 79 anos. A vida de Arletilda {nome fictício} "A Mulher que mandava no diabo" , era praguejar e fazer com que ele brigasse com os outros vizinhos. Ele já era de discutir, imagine se provocado. Arletilda, a primeira coisa que fez ao chegar no vilarejo, foi providenciar a retirada de um filho portador de deficiência mental que morava com Roldão, seu cunhado. Messias, era um sujeito forte com mais ou menos 23 anos de idade. Segundo Arletilda, ele foi morar com a mãe em Itaquera, na zona leste da cidade. Na verdade, o moço foi visto perambulando pelas ruas do bairro tentando retornar para casa do pai, onde Arletilda morava agora.
A relação dela com o diabo parecia muito íntima e haver muito tempo. Ele fazia tudo o que ela mandava. Era fácil perceber quando estava comandando-o. Acordava por volta das 7h30, pegava o primeiro vizinho e jogava alguma fofoca na cabeça dele. A partir dai, ela tirava o corpo fora e dizia que ia chamar um parente advogado. Do nada, aparecia um sujeito de chapéu branco, terno preto com gola alta e branca e o mesmo perfume que ela Arletilda, usava no dia a dia. Trancava-se na casa após fazer a futrica e deixava seu imediato, o diabo, pondo querosene na fogueira. O ambiente ficava insuportável. Certa vez, um entregador de pizza chegou no meio de uma confusão, por volta das 18h00, e em sua camiseta estava estampada a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Ai pode-se perceber o quanto ela e seu imediato detestavam a padroeira do Brasil. Ela correu pra dentro de casa e ele pulou um muro de um metro e meio aproximadamente. Depois desse episódio, todo mundo começou a desconfiar de sua parceria com o diabo. ‘Visconde’, que mora em casa geminada com ela, ouvia altos diálogos entre ela e o demo. O tom de voz de Arletilda era intimidador. Aquela mulher baixinha encorpava a voz, escorria-lhe pelas mãos um suor com odor de enxofre queimando. Saia para o corredor queixando-se de fedor nas outras casas e não percebia que vinha de si mesmo.
autoconfiança
Sua confiança de que comandava o diabo era inabalável. Desafiava todo mundo em nome desse seu deus. Insultava, humilhava as pessoas como uma retribuição da obediência que o diabo lhe tinha. ‘Visconde’, crente não carola, por 55 anos, vivia sua vida e deixava também viver. Porém, durante 7 anos nunca deixou de ser alvo das pragas, humilhações e vexames provocados pela “Mulher que mandava no diabao”. "Velho lixeiro" entra pra dentro de casa, fica fazendo vergonha a gente ai no portão". Era assim que Arletilda se referia ao hábito de colecionador de ‘Visconde’ que, recebia jornais e revistas e recortava falecimentos de personalidades de vários setores e depois os jogava fora. "Até esse diabo que te segue um dia vai te abandonar por causa da tua língua", vaticinou ‘Visconde’. Verdade. Até o diabo estava cheio de suas fofocas rasteiras e autoconfiança de que ele a defenderia de tudo. Arletilda abusou. Seu cartaz estava prestes a sofrer mudanças bruscas. As pragas, as brigas, os insultos teriam fim? Ela parecia disposta a fazer qualquer coisa para manter o relacionamento com o diabo. Restava saber se ele estava disposto a isso. Pelo desenrolar da história, não. Será que ele queria substituí-la? pelo jeito, sim.
Teve a língua arrancada
Arletilda começou a sentir fortes dores, primeiro nos pés. Fora levada ao hospital sem que identificassem a origem. Foram muitas as idas e vindas dela ao hospital e cada vez mais suas canelas inchavam. Muitas vezes foi pega balbuciando "Ó satanás eu sou tua senhora, você deve me obedecer, já". O tempo foi passando e sua saúde piorava cada vez mais, até que, no dia 11 de outubro, durante uma festinha de aniversário em homenagem a um parente, o diabo tirou folga. Em sua casa no vilarejo, o diabo se rebelou contra ela. Em questão de segundos enquanto dava gargalhadas escandalosas, falava alto para o quarteirão ouvir e saber o que estavam comendo e bebendo seu reinado aproximava-se do fim. Por volta das 21h00, estava ela sentada na beirada de sua cama quando um homem de chapéu branco, terno preto com gola alta e branca sentou-se ao seu lado: colocou a mão em sua boca, puxou-lhe a língua para fora até sufoca-la. Todos que estavam na festa viram apenas ela de língua para fora, porém, um celular ligado sem querer captou a imagem demoníaca. Arletilda estava morta. Aquele pudim de colesterol, esticado no chão após ter sua língua arrancada pelo diabo. No dia de seu enterro choveu tanto que apenas três pessoas além da filha genro e dois netos compareceram. Os dois dias seguintes foram da mais absoluta calmaria. No longo corredor que leva da rua às casas, Arletilda fora vista procurando sua língua. Quem a viu, relatou que de sua cavidade bucal jorra sangue sem parar.
Reencarnação
Foram apenas dois dias de calmaria na vila. No terceiro dia ela reencarnaria em um homem. Um sujeito mal encarado, roupa preta; fala e não se entende nada passou a morar na casa. Foi semelhante a entrada de Arletilda na mesma casa: ela entrou em cima do cadáver do cunhado, e o sujeito em cima do cadáver dela. Sim, mas isso tem um propósito: o sujeito não manda, e sim, serve ao diabo. É um escravo do demo. O mesmo linguajar, porém, submisso, é utilizado por ele. Que fedor meu senhor! Que vila suja meu pai!. Tarde da noite, tipo 23h00 anda de óculos escuros, combinando com a roupa preta. Certa madrugada, olhando pela fresta da porta, percebeu-se um enorme rabo branco que abanava pra cima. Até se chegou a pensar que ele seria um furry {pessoa que veste roupa com temática animal}. Sua cara tinha uma carapaça que destacavam-se apenas os olhos.
Desconfiado de que poderia estar sendo observado, tirou a camisa que estava por dentro da calça e o colocou para fora de modo a cobrir o rabo. Quando voltou-se para trás, seus olhos amendoados e profundos escorriam um líquido bem clarinho. A partir dai as noites na vila são muito temerosas aos vizinhos. Cumprimenta com a seguinte frase "A PAZ DE DEUS", e em seguida põe a mão no lado direito sobre uma cruz com duas cabeças. Se diz crente mas não sabe rezar. Durante à noite se contorce como estivesse com dor de barriga ou como se fosse um animal rolando na areia. Saem faíscas incandescentes ao ranger os dentes. Arybaldo ou Ary , passa os dias trancados. Não vai ao banheiro, não dá descarga e não mexe uma colher ou prato durante o dia. Mistérios virão por ai.