" É muita honra para um pobre Visconde", se vivo estivesse seria isso o que ele diria mediante as homenagens recebidas. Mas a triste verdade é que nesse dia 6, às 23h53, completa um mês da morte de Fausto Visconde: um ser desprovido de todo e qualquer pensamento mesquinho. Um ser que dedicou parte majoritária de sua vida aos semelhantes. Pouco importava-se de onde eram; da China, de Cuba ou de Cabo Verde. Visconde queria mesmo era ser útil, assim, não passar em brancas nuvens como um espectro.
Sua atuação não parava somente na área social, algo que por si só já seria grandioso. Entretanto, sem nenhum sentimento de superioridade, fazia questão de repassar ao próximo parte dos seus conhecimentos vindo da literatura. Não se limitava em indicar títulos de livros como fazem os pseudos difusores da cultura nacional, exemplo José Mindlin, um explorador em causa própria da cultura, para não chamá-lo de algo pior.
Poucos são os generosos como foi Visconde. Generosidade feita as suas custas sem nenhuma ajuda de editora ou poder público. No ano de 1996, ao visitar uma biblioteca no bairro de Vila Maria, zona norte da cidade de São Paulo, ele ficou horrorizado com os péssimos títulos que os estudantes tinham para ler. Não pensou duas vezes: Retirou de seu acervo pessoal 3.000 livros. Livros recomendados pelas escolas e outros de interesse geral. Quem teve peito de fazer isso? José Mindlin? Não. O judeu Mindlin antes de morrer contou com a complacência de amigos e vendeu seu acervo por milhões de reais para a famigerada USP (Universidade de São Paulo), não fez doação como mentem o prefeito e asseclas da universidade.
Voltemos a falar de gente de verdade, Fausto Visconde. Sua sede de conhecimento não tinha preocupação com o preço do metal, do ferro. Ao contrário de José Mindlin, que só comprava um livro para aparecer nas páginas da Folha de São Paulo, na TV Cultura e outros onde mantinha anúncios publicitários. Fausto era muito superior, não se utilizava de subterfúgios medíocres.
Outras especialidades de Visconde: ópera e ballé e peça teatral. Aqui, faz-se até uma espécie de desafio; alguém que mostre ter frequentado todas os espetáculos não só operísticos mas também de ballé levados nos principais teatros como Municipal de São Paulo, São Pedro (SP), Municipal do Rio de Janeiro, João Caetano (RJ), Teatro Amazonas, ou até mesmo na terceira melhor casa de ópera do mundo, o Teatro Colón (Argentina) de 1937 a 2002.
Essa pequena explanação sobre Fausto Visconde serve a duas finalidades: primeira, é para informar o quanto ele absorveu e soube influenciar pessoas com isso. Segunda propositura, é para dizer as OTORIDADES culturais do país que tomem mais cuidados ao asseverar que A, B ou C, é um agente transmissor de cultura ou um literato, pois, independentemente do vínculo familiar que une o autor deste editorial, se comparados com Fausto Visconde, todos que por ai estão parecem pequeninos demais. (Retrato de Fausto Visconde óleo sobre tela do pintor Glicério Carnelosso - foto por Rochinha). (Francisco Martins). ASSUNTO relacionado http://formasemeios.blogs.sapo.pt/tag/persona