Edith Piaf: sua voz ainda vibra 100 anos após seu nascimento
A voz da cantora francesa Edith Piaf, que, este ano, teria completado 100 anos, continua maravilhando o mundo, e sua terra natal, a França, lembra a artista em uma série de homenagens, como a publicação de biografias, cartas e novas gravações.
Édith Giovanna Gassion, seu nome verdadeiro, nasceu em 19 de dezembro de 1915, no número 72 da rua Belleville de Paris, assim diz há mais de 50 anos uma placa comemorativa. Robert Belleret, autor do livro "Edith Piaf, viver para cantar", explica, no entanto, que na realidade ela nasceu no hospital Tenon, perto dali. "Ao mesmo tempo, é verdade que graças a sua voz quase sobrenatural esta menina de Paris, esta flor do asfalto, conquistou o planeta e ainda vibra em nossas memórias", afirma o biógrafo.
Coincidindo com o centenário de seu nascimento, assim como aconteceu há dois anos com os cinquenta anos de sua morte (em 10 de outubro de 1963), foram publicados diversos livros que lembram sua carreira, seus amores e sobretudo as canções da "Môme" Piaf.
Novas gravações
2015 foi o ano de Piaf na França. No início do ano houve uma grande exposição na biblioteca nacional francesa (BNF) de Paris, na qual foi possível ver, entre outros, seu famoso vestido preto.
Também foi inaugurada uma nova estátua no museu de cera da capital e a cantora foi protagonista em julho do festival de música Francofolies, na cidade de Rochelle.
E Charles Aznavour, que foi seu secretário e escreveu letras para suas canções, prestou homenagem a ela em um disco publicado em maio, "De la môme à Edith".
O selo Warner aproveitou o centenário para publicar seus arquivos, neste caso canções gravadas por Piaf a partir de 1946.
Trata-se de um conjunto de 350 temas, entre eles os mais conhecidos, que foram remasterizados a partir de discos de vinil novos de 78 rotações e de gravações originais, todas elas reunidas em 20 CDs. Segundo o diretor artístico da edição, Mathieu Moulin, era um dever atualizar este repertório "sem distorcê-lo", como aconteceu com as primeiras gravações de Piaf, entre 1936 e 1945.
Esta nova edição, explica Moulin, permitiu corrigir imperfeições que existiam em algumas canções. É o caso de "Le bal dans ma rue" (1949), da qual só se conhecia até agora uma versão muito rápida em relação à original. O trabalho da discografia também permitiu descobrir que Piaf gravou em algumas ocasiões duas versões da mesma canção, como nos casos de "Jezebel" (1951), "Les Amants de Venise" (1953) ou "Heureuse" (1953).