Revelando, imortalizando histórias e talentos
31.1.18

No Dia do Quadrinho Nacional, celebrado todo 30 de janeiro, Mauricio de Sousa conta, em entrevista para o MinC, como surgiu a Turma da Mônica e as histórias por trás dos personagens. O cartunista fala sobre o mercado das histórias em quadrinhos no Brasil, a importância das publicações para a cultura brasileira e dá dicas do que não pode faltar em uma boa tirinha.

 

 

 

Portal MinC: Que influência a sua família teve em sua trajetória profissional? 

Mauricio de Sousa: Eu nasci no meio da arte, do desenho. Papai era pintor. Eu nasci numa casa cheia de arte, de poesia, de desenhos e de gibis. Eu aprendi a ler nos gibis. Desde os 5, 6 anos, estava lendo gibis e, desde aquele tempo, imaginava que queria fazer a mesma coisa. Queria contar histórias. Venho de uma família que contava muitas histórias, ficava impressionado quando minha mãe e minha avó contavam histórias.

 

Portal MinC: Como foram as primeiras experiências profissionais?

Mauricio de Sousa: Eu cresci treinando desenho, numa cultura muito vasta de quadrinhos americanos. Decalcava desenhos e quando achei que estava na hora, peguei um trem para São Paulo e vim ser desenhista. Não consegui, não estava ainda maduro o suficiente. Pedi para trabalhar então na Folha da Manhã como desenhista, o chefe de desenho gostou do meu trabalho. Disse que era bom e sugeriu que eu fosse fazer outra coisa. Segui o conselho dele e fui fazer reportagem policial. Fiquei na Folha da Manhã durante 5 ou 6 anos, enquanto treinava mais um pouco para quadrinhos. No meio tempo, ilustrava algumas matérias que fazia, e isso não passou desapercebido. Quando fiz minha primeira historinha em quadrinhos, fiz o Bidu e Franjinha e eles publicaram. Pedi demissão da reportagem e publiquei as primeiras tiras do Franjinha.

 

Portal MinC: Quando foi publicada a primeira revista da Mônica?

Mauricio de Sousa: Para fazer concorrência com material americano, vi que precisava de uma equipe auxiliar e comecei a fazer mais tiras. A Abril me convidou para fazer a primeira revista em 1970, aí a coisa desandou. Depois da Mônica, vieram as revistinhas da Magali, do Chico Bento, etc, até chegar em desenhos animados e parques temáticos. Hoje chegamos à internet com a websérie Mônica Toy, que está no mundo inteiro, com sucesso garantido, com bilhões de acessos por mês.

 

Portal MinC: Você imaginou o sucesso que teria?

Mauricio de Sousa: Não, nunca imaginei todo esse sucesso e amplitude. Quando abriram novas plataformas, imaginava que meu material precisava estar lá também. Hoje são 400 funcionários trabalhando aqui. Estamos entrando em outros países: vamos publicar no México, nas editoras americanas e já publicamos no Japão e em países europeus. 

 

Portal MinC: O que uma história em quadrinhos precisa ter para ser boa?

Mauricio de Sousa: Ter um bom trabalho com bons personagens e boas histórias. Você enfrenta uma grande concorrência. As possibilidades do quadrinho são infinitas, basta que a gente tenha ousadia, coragem e certeza de que podemos ter um bom trabalho.

 

Portal MinC: Qual a importância das HQs para a cultura brasileira? 

Mauricio de Sousa: A coisa mais importante, no nosso caso, é a alfabetização. Com milhões e milhões de leitores, temos uma cartilha informal com nossas revistas. Muitas crianças aprendem a ler com 5 ou 6 anos, pelos gibis. Sei pelo meu caso que, depois de algum tempo de leitura de quadrinhos, essa publicação serve de catapulta para te lançar para outros casos, outros livros e leituras.

 

Portal MinC: Como você enxerga o mercado de quadrinhos no Brasil? Que conselhos daria para quem está começando?

Mauricio de Sousa: Hoje, com a internet, é tudo muito mais fácil, você pode mostrar o seu trabalho para mundo, não precisa de uma publicação física. Você joga na nuvem e espalha para o mundo. O sucesso depende do talento, da técnica narrativa que você tem que ter e do foco.

 

Portal MinC: Quais são os seus personagens preferidos da Turma da Mônica?

Mauricio de Sousa: Todos os personagens são meus preferidos, todos são nossos filhos, mas alguns falam mais de você. (No meu caso) é o Horácio, o dinossauro, que é amigo de todo mundo, quer ajudar todo mundo (risos). 

 

Portal MinC: Os personagens são baseados na sua família?

Mauricio de Sousa: A maioria dos personagens que fizeram muito sucesso são baseados na minha família, nos meus filhos. Na verdade, sempre se basearam em alguém que conhecia, nasceram com uma humanidade à flor da pele. Esse é um dos pontos para o sucesso. As pessoas se identificam, todo mundo tem uma Mônica, um Cebolinha, uma Magali ou um Cascão na família.  

 (Entrevista cedida pelo MinC:  www.cultura.gov.br ).  

EDITORIAS:
link da notíciaBy Equipe formasemeios, às 13:40  comentar


O Ministério da Cultura, a Associação Brasileira dos Desenvolvedores de Jogos Digitais (Abragames) e o Núcleo de Estudos em Economia Criativa e da Cultura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (NECCULT-UFRGS), lançam, nesta quarta-feira (31), o curso O setor de games no Brasil: panorama, carreiras e oportunidades na modalidade de educação a distância (EAD) – o primeiro de uma série de três cursos em EAD voltados para a capacitação de futuros ou atuais profissionais do mercado de jogos eletrônicos. Os demais cursos - Dicas e desafios para empreendedores e Internacionalização no setor de games - serão lançados em fevereiro. 

 

 

O curso introdutório, Setor de games: panoramas, carreiras e oportunidades, pode ser feito tanto por iniciantes quanto por aqueles que já dispõem de informações sobre o mercado de jogos. As inscrições estarão abertas a partir de quarta-feira (31) e podem ser feitas neste LINK . Com cinco aulas, neste primeiro curso será feita uma análise inicial do setor, sua importância na economia criativa, nas estruturas das desenvolvedoras independentes e na articulação de comunidades que permitam um crescimento conjunto do setor. 

 

O curso 2 – Dicas e desafios para empreendedores – tem três eixos principais. O primeiro trata de financiamento e monetização de games, colocando em perspectiva como arrecadar fundos e, posteriormente, como se tornar financeiramente sustentável. O segundo eixo trata das relações contratuais e com outros atores da indústria (desenvolvedoras, publicadoras) e como criar uma imagem para o estúdio desenvolvedor. O terceiro eixo discute os desafios enfrentados pelos empreendedores do setor e como contorná-los.

 

O curso 3 – Internacionalização no setor de games – apresenta oportunidades de atuação internacional e a rede de apoio estruturada para ajudar os desenvolvedores nessa nova etapa de negócios. Oferece uma visão geral do processo de internacionalização e mostra como o setor de games pode ser entendido nesse contexto, atentando para o projeto Brazilian Game Developer (BGD) e para as iniciativas da Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimento )(Apex-Brasil) e da Ancine em parceria com a Abragames

EDITORIAS:
link da notíciaBy Equipe formasemeios, às 13:36  comentar

Janeiro 2018
D
S
T
Q
Q
S
S

1
2
3
4
5
6

7
8
9
10
13

14
17
19
20

21
23
24
25
27

28
30


SITES INDICADOS
Buscar
 
blogs SAPO
subscrever feeds