Retrospectiva em Viena homenageia Kurt Kren, diretor austríaco, um dos maiores nomes do cinema experimental
Kurt Kren (1929-1998) elaborava para cada um de seus filmes um esquema de quadro-a-quadro detalhadíssimo. Além da sua obra fílmica completa, as chamadas partituras e anotações do cineasta vienense também compõem a retrospectiva do diretor realizada pelo Centro de Arte Contemporânea do Ateliê Augarten, em Viena. Ao lado de Peter Kubelka, Kren, foi representante destacado do cinema estrutural na Áustria, estando também ligado ao acionismo vienense e à arte cinética, participando assim de quase todos os movimentos artísticos dos anos 50, 60 e de seus desdobramentos nos anos 70 e 80. O diretor realizou 50 filmes ao longo de 37 anos de carreira irregular, marcada por exílios, instabilidade, escândalos e miséria, mas coroada por reconhecimento oficial, ainda que tardio. Sua obra completa, que tem uma duração total de cerca de três horas, é mais atual do que nunca. Kren, chamado de “o pai do cinema de vanguarda europeu do pós-guerra” e sempre mencionado como o equivalente europeu do norte-americano Stan Brakhage, foi pioneiro em diversos segmentos do cinema experimental, sem necessariamente se associar em definitivo a nenhuma corrente. Iniciou sua carreira com curtas-metragens em super-8, no início dos anos 50, e em 1957 mudou-se para filmes em 16mm. Para além dos experimentos formais, o cinema de Kren criticava impiedosamente as estruturas sociais e culturais na Áustria do pós-guerra. [Leia mais em Formas&Meios Cultural http://fmcultura.blogspot.com
Centro de Arte Contemporânea do Ateliê
Augarten, em Viena (até 13/8/2006).