Revelando, imortalizando histórias e talentos
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Tias Baianas Paulistas e Ala dos Compositores Kolombolo fazem apresentação no MCB no Dia Internacional da Mulher.


Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, o Museu da Casa Brasileira, da Secretaria de Estado da Cultura, estreia sua programação musical de 2009 com a apresentação das Tias Baianas Paulistas e da Ala dos Compositores Kolombolo no domingo, 8 de março, às 11h. O grupo das “Tias Baianas Paulistas” é formado por sambistas da velha guarda pertencente a diversas agremiações, e a Ala dos Compositores é integrante do Grêmio Recreativo de Resistência Cultural Kolombolo Diá Piratininga. O espetáculo é uma confraternização em homenagem às mulheres, que desperta um novo momento no cenário da música popular brasileira e reafirma uma paulicéia africanista, que sai dos seus porões e delata a liberdade cultural de um povo.

 

Durante o mês de março, o músico e compositor Guga Stroeter é o curador do projeto Música no Museu. Repertório: Garoa, resistência do meu samba (Renato Dias/Heron Coelho/T. Kaçula); Tributo a Daniel (Mestre Feijoada); Claridade (Tabajara Rosa); Bloco do chora galo (Toniquinho Batuqueiro); Barroca dos tempos idos (Thiago Barroca); Marinheiro só (Caetano Veloso); Ponto de coroa (Élcio de Oxalá); Grupo da Barra Funda (Dionísio Barbosa/Luiz Barbosa); Baianas tradicionais (T. Kaçula/Renato Dias); Tributo a Valtinho das Baianas (Tabajara Rosa). O grupo “Tias Baianas Paulistas” foi formado em 1997 com senhoras da ala das baianas pertencentes a diversas agremiações carnavalescas de São Paulo, como Vai-Vai, Nenê da Vila Matilde, Unidos do Peruche e Mocidade Alegre, entre outras.

 

Neste ano, elas lançam seu primeiro CD dentro do projeto Memória do Samba Paulista. Fundado em 2002, o Grêmio Recreativo de Resistência Cultural Kolombolo Diá Piratininga faz pesquisas, oficinas culturais, encontros, produções de CDs e de shows, com o objetivo de trazer ao conhecimento do público um pouco da história do samba paulista. A Ala dos Compositores surgiu no ano passado com o objetivo de divulgar, promover e resgatar obras de grandes nomes do passado e novos talentos que despontam em nossa Paulicéia.

 

Eles adotaram o nome de “Samba da Paulicéia” para os quatro espetáculos que farão nos domingos de março no MCB. São tradicionais suas apresentações no último domingo do mês na Praça do Aprendiz, na Vila Madalena. Integrantes Tias Baianas Paulistas: Nadyr, Madá, Ione, Clara, Neide Veloso, Neide André, Áurea, Graciete, Maria José, Ieda, Oneida, Lurdes Texeira, Geraldinha, Danda, Odete, Neusa e Lindinha. Integrantes Ala dos Compositores Kolombolo: Renato Dias (voz/tamborim); Rodolfo Stocco (voz/violão); Roberta Oliveira, Priscila Lavorato e Anita Galvão (coro); Gabriel Spazziani (cavaco/voz); Mestre Pio (pandeiro); Ricardinho 7 Platinelas (percussão geral); Mônica Pérola Negra (voz/surdo); Gringo Alegoria (percussão geral). As apresentações musicais no MCB nas manhãs de domingo já se consolidaram como uma agradável alternativa de lazer ao reunir música de qualidade num cenário encantador: o terraço do Museu da Casa Brasileira, defronte a seu surpreendente jardim de 6.600 metros quadrados.

 

Serviço

 

Música no Museu – “Tias Baianas Paulistas e Ala Compositores Kolombolo”
Domingo, 8 de março, às 11h - Entrada franca
Duração: 60 minCapacidade: 230 lugares
Local: Museu da Casa Brasileira – Terraço -
Av. Brig. Faria Lima, 2705 Tel. 3032-3727 Jardim Paulistano
Estacionamento: R$ 10,00

 

Visitação: de terça a domingo, das 10h às 18hIngresso: R$ 4,00 Estudantes R$ 2,00
Gratuito domingos e feriados
Acesso a portadores de deficiência física.
Visitas monitoradas: 3032-2564
Informações para a imprensa:
Menezes Comunicação Tel. 11 3815-1243 3815-0381 9983-5946
Contato: Letânia Menezes/Silvana Santana
/Luisa Riekes menezescom@uol.com.br

 

Menezes Comunicação
Av. Pedroso de Moraes, 631 cj 9305419-000 - São Paulo - SP
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Aracy Carvalho, 100 anos

Seu olhar fixo e distante talvez ligado às memórias quando desafiou Hitler e seus seguidores. Chamada por “Anjo de Hamburgo” não mediu esforços, burlou e descumpriu ordem presidencial para salvar vidas.

 


SÃO PAULO, 22/12 - Aracy Moebius de Carvalho conheceu João Guimarães Rosa, na época cônsul-adjunto do Brasil em Hamburgo, Alemanha, em 1938, e futuro escritor de sucesso no Brasil. Guimarães Rosas já sabia da proteção que ARA oferecia aos judeus, enquanto funcionária da Embaixada do Brasil naquele país.

 

Recém separada do marido, Aracy sentiu-se deslocada no Brasil pois na época mulher separada não era muito bem vista pela sociedade. Foi de seu passeio a casa de uma tia na Alemanha e sua fluência em Inglês, Francês e Alemão que fora contratada pela embaixada, sendo responsável pela emissão de vistos. Estava prestes a estourar a Segunda Guerra e consigo a perseguição nazista aos judeus. Os vistos para entrada no País haviam sido limitados pelo então presidente Getúlio Vargas motivado pelo rompimento com os alemães. Ela desacatou a autoridade do presidencial e concedeu vistos quase que aleatoriamente aos alemães e judeus facilitando seus embarques ao Brasil. Entre um de seus truques para driblar o cônsul brasileiro era apresentar o passaporte sem a letra "J", que indicava a raça judia. Conseguir atestados de residências falsos também era sua especialidade, mas não aceitava dinheiro ou nada em troca. Era tudo humanitário. O testemunho é de Maria Margarethe Bertel Levy, uma senhora judia de 100 anos, que veio para o Brasil graças a bondade de ARA, como é carinhosamente chamada.

‘Anjo de Hamburgo’

A embaixada brasileira de Hamburgo por um bom tempo foi uma 'festa' para os judeus que procuravam Aracy em período integral para receberem auxílio e assim fugirem dos nazistas. Isso rendeu-lhe dois reconhecimentos: 'Anjo de Hamburgo' como é chamada no exterior e também um bosque leva seu nome em Israel. Por sua bravura em desafiar os nazistas foi a única mulher brasileira convidada para plantar uma árvore no Bosque dos Justos, em Israel, um local criado para homenagear pessoas não-judeus que salvaram vidas judias das perseguições de Hitler e seus seguidores. Também é a única brasileira que tem o nome citado no Museu do Holocausto, em Washington [EUA] e em Israel.

Casamento de mentirinha

Como ambos já haviam se casado uma vez, Aracy e Guimarães Rosas casaram-se em 1947, por procuração na Embaixada do México, no Rio de Janeiro. O casamento não era oficial, e isso dificultaria a indicação para que ambos trabalhassem na mesma embaixada. A embaixada do Equador formulou um convite para ela trabalhar como secretária, mas Aracy preferiu declinar e abandonou a vida diplomática. Em 1948, o então futuro escritor, João Guimarães Rosa foi indicado como conselheiro da Embaixada brasileira em Paris, França, e ao retornarem compraram uma casa em Copacabana, Rio de Janeiro. Nesse período ele escreveu suas obras mais famosas como 'Sagarana", Primeiras Histórias. Para ela, Guimarães Rosas dedicou sua obra mais importante: “Grande Sertão: Veredas". O escritor faleceu em 1967. Aracy de Carvalho completa 100 anos, com um olhar fixo e distante, envolto em suas lembranças. Sofrendo do mal de alzheimer, Aracy muitas vezes não reconhece o filho, Eduardo Tess,79, com quem ela mora há dez anos em São Paulo. Ele é o encarregado de contar as histórias vividas por ela. [Francisco Martins][Foto à direita Revista Época]
 

 
EDITORIAS:
link da notíciaBy Equipe formasemeios, às 16:12  comentar

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