F&M - Você nasceu no Sul da Bahia, em Ipiaú. Lá, você já se interessava por fotografia?
Maurício Cardim - Sim, porém gostava de ser fotografado, queria ser modelo fotográfico, era meu sonho. Não deu certo e realizei-me como Fotógrafo, continuo gostando de ser fotografado também. Até início dos anos 1980 não pensava ser Fotógrafo, os colegas de trabalho me incentivaram e eu deixei a profissão de Auxiliar de Escritório pela arte fotográfica o que foi ótimo e lembro-me com carinho dos 11 anos que trabalhei naquela empresa metalúrgica (Wolff , em São Paulo).
F&M - Durante anos você trabalhou como comerciário, bancário e metalúrgico. O que o fez deixar esses trabalhos, digamos seguros, e optar pela fotografia?
Maurício Cardim - Amor e tesão.
F&M - Você se lembra qual foto e veículo que publicou a primeira foto feita por você e o que sentiu ao vê-la publicada?
Maurício Cardim -Sim, duas fotos ilustrando uma matéria de minha segunda mostra fotográfica ( a primeira foi “Primavera”), fotos essas da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e Solar, que em seguida foi lançada como cartão-postal através de uma editora paulista e a outra foi do Solar da Marquesa de Santos, no Jornal Enfoque, no bairro de Santana (São Paulo). Senti muita emoção e li diversas vezes a matéria e apreciando as fotos publicadas, foi um grande passo na minha carreira. Já fez 10 anos.
F&M - Sua carreira fotográfica começou nos anos 80 com celebridades da música brasileira nos bastidores de TV e depois seguiram-se várias capas de discos. Poderia citar algumas celebridades e discos?

Maurício Cardim - Tive o prazer de fotografar celebridades da música, cinema e teatro e conquistei à amizade de muitos deles que continua até hoje. Muitos da Jovem Guarda, tal como Joelma, Deny (Cardim com componente da dupla Deny & Dino), fiz capas de discos deles e dezenas de shows. Os 20 anos de carreira de Gilberto Gil com presenças de Maria Bethânia, Gal Costa, Caetano Veloso e Roberto Carlos, estou sempre fotografando artistas principalmente aqueles que gosto muito. [Foto por Alan Wehner}
F&M - Enquanto muitos acreditavam na fotografia apenas como uma coadjuvante de matérias jornalísticas ou documentar casamentos você a encarava como arte, é isso mesmo?

Maurício Cardim- Não. Sempre gostei de apreciar as exposições, ia ver todas que tinha oportunidade. Demorei mais de 10 anos pra fazer a primeira mostra, daí pra frente não parei mais, uma atrás da outra e com mais de 10 temas e até hoje continuo expondo meus trabalhos, nos últimos 5 anos mais de 30 só em Minas Gerais. São Paulo em breve farei outras, principalmente com um dos meus temas preferidos “São Paulo”. {Maurício Cardim e cantora Josi Lopes prestigiando exposição "Dias das Mães"Foto por Fernando Padrão}
F&M - É verdade que você chegou a ter cinco exposições em cartaz ao mesmo tempo na maior cidade do País, São Paulo. Quais e quando foi ?
Maurício Cardim - Não, tenho documentado através de matérias publicadas em jornais, tema principal a cidade de São Paulo e outros como Natureza. Foram três exposições simultâneamente:
Senac, (Itaquera), EMTU Praça da Republica) e SESI (Av.Paulista).
F&M - Todo seu trabalho inicial foi desenvolvido a partir da capital paulista. Em 2004, nas comemorações dos 450 anos da Cidade de São Paulo, o conjunto de sua obra e serviços prestados à Cidade lhe rendeu merecida Honra ao Mérito pela Câmara de Vereadores. Qual importância desse título para você?
Maurício Cardim - o título que recebi da Câmera dos Vereadores de São Paulo foi nessa data é de muita importância para mim e posteriormente fui reconhecidos também por 3 Lagoas (MS.) e Sete Lagoas (MG.). Tudo isso é uma conquista e incentivo para seguir em frente com minha arte e trabalho.
F&M - Quais fotógrafos, brasileiros ou estrangeiros, você admira ou se inspira?
Maurício Cardim - Admiro diversos e que conheço bem seus trabalhos maravilhosos e que não são reconhecidos como merecem, dentre eles posso citar, Alan Wehner, Esdras Nobre, Nalva Maria, Ramon Rodrigues e Roberlandes Coelho. Em Sete Lagoas também tem excelentes profissionais e alguns deles meus amigos, os meus amigos sabem quem estão no meu coração, prefiro não citar os nomes. Sinceramente não me inspirei nem me inspiro em ninguém, dou graças a Deus pela visão, meu olhar aguçado, viajante e atencioso, é uma coisa vinda de Deus, da natureza e do Universo com certeza.
F&M - Uma diretora de museu escreveu e assinou " Cardim é o novo Militão Azevedo, um Militão moderno", você gosta do trabalho de Militão Azevedo?
Maurício Cardim - Tai, outro grande profissional que foi, não citei entre os preferidos pois só falei dos vivos, se bedm que ele continua eterno pelas grandes obras deixadas e que ficarão para sempre.
F&M - Por falarmos em Brasil, a 'cruzada fotográfica' onde você retrata as principais cidades e pontos turísticos do País, continua? Quais as dificuldades encontradas?
Maurício Cardim - Continua e vai continuar, essa é minha proposta. Já fotografei umas 500 cidades em 16 Estados brasileiros, é gratificante mas quero fotografar o restante dos Estados e suas capitais e cidades desde Ipiaú, mimha cidade lána Bahia até o Amazonas.
As dificuldades? Só uma, a falta de grana.
F&M - Mais de cem exposições, entre as quais no exterior, mais de mil imagens transformadas em cartões postais. A fotografia continua a fascinar Maurício Cardim?
Maurício Cardim - Cada dia mais fascinado pela fotografia. É um amor, romance, caso, tesão e tudo mais...
F&M - documentos de organizações sérias onde você expôs indicam alto número de visitação em suas mostras em São Paulo. Em Minas Gerais, continuam a levar público ao ponto de precisar prorrogá-las. Como você explica isso ?
Maurício Cardim - Respeito e admiração pelo meu trabalho que faço com muito amor e um pouco de minha alma em cada um deles, acredito que é esse o sucesso e a benção de Deus.
F&M - A falta de patrocínio ainda é uma das dificuldades encontradas para levar seu trabalho para outros públicos ?
Maurício Cardim - Sim. Exponho com poucos recursos oferecidos, é uma pena senão eu mostraria muito e muito mais. Mas não desisto, seguirei sempre em frente com meus ideais e sempre renovados e acreditando muito. REPORTAGEM publicada na versão impressa, edição 296, ano6, de Correio de Três Lagoas, MS. Propriedade de Luiz Corrêia, Luizinho. correio3lagoas@terra.com.br
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