O pintor tem como temas preferidos: cavalos, em corrida e batalha, soldados em combates, cabeças guilhotinadas e máscaras alucinadas. Sua tela em pauta é: A Jangada da Medusa, indicada como uma das 20 mais belas de todos os tempos por Formas&Meios.
　
Nos anos 1810 instalou-se a crise do neoclassicismo a arte oficial do império. Géricault foi um dos primeiros a se afastar bruscamente do classicismo e ingressa no realismo clássico-cristão iniciado pelo genial Caravaggio. Sua obra mais famosa, A Jangada da Medusa, teve início em 1818, dois anos após a trágica ocorrência do naufrágio da longa odisséia dos sobreviventes de uma fragata francesa ao largo da costa africana. Trata-se de uma pintura de história contemporânea construída sobre fatos e crônicas que abalaram a opinião pública, onde o pintor se fez intérprete do sentimento popular. Foram muitos os quadros sobre o tema, mas, na obra-prima de Géricault, retrata mortes, desespero.

A tela histórica não tem muitos protagonistas, os existentes, estão ordenadamente dispostos na cena cada qual com sua paixão expressa no gesto. Há uma balburdia, um amontoado de corpos enleados, e não empenhados em uma ação. Mas, sofrendo a mesma angústia.
 

Existe um crescendo, com se partisse do zero, dos mortos em plano principal, a seguir os moribundos. Maré, montante de naufrágos que se projetam à incerta salvação; a onda que repele os destroços e o vento que infla a vela na direção contrária. Toda composição sofre o 'jogo' desses dois impulsos opostos. Para Géricault, o realismo é justamente a derrota do ideal, a inutilidade e a negatividade da história e a hostilidade entre homem e a natureza e a ameaça da morte nas ações da vida. A tela " A Jangada de Medusa, desse maior expoente do Romantismo pictórico,mede 4,19 x 7,16 e consta do acervo do Museu do Louvre, França.